o tempo não pára

Aproveitando as promoções da Amazon, tenho comprado muitos DVDs baratérrimos. A fornada que chegou hoje tem The Untouchables, Run Lola Run, Master and Commander, The Last of the Mohicans*, X-Men 3. Vejo enquanto estou trabalhando, porque senão morro de tédio e não consigo ficar mais de vinte minutos sentada na cadeira.

Estou vendo The Untouchables agora. Adoro. A gente fica tão acostumado com esses filmes mais clássicos que esquece o quanto são velhos. O Kevin Costner era um garotinho! E o Andy Garcia, que pitéu, hein. Que-pi-téu. O único porém, além da altura, é aquele peito peludo hediondo, mas de resto, vem pra mim, vem.

Junto com os DVDs chegou Neuropath, sobre o qual já devo ter lido umas vinte críticas positivas na rede. Estou curiosíssima, mas como tenho trabalho pro fim de semana inteiro e duas provas semana que vem e uma na outra, acho melhor não começar agora, pra não ficar completamente viciada e não conseguir fazer mais nada além de ler. Assim que passar esse furor de trabalho e estudo, vou atacar a minha biblioteca with a vengeance. Preparem-se para muitas resenhas.

*O livro dos Moicanos é chatérrimo, mas eu AMO o filme e não me canso de revê-lo. Além da trilha sonora e da fotografia fantásticas, tem uma das minhas cenas preferidas do cinema EVER EVER EVER, quando a irmã loura se joga do penhasco em vez de aceitar ser prisioneira daquele índio horroroso com acne. A música no clímax e a expressão dela logo antes de se jogar são de arrepiar todos os pelinhos do braço. Se você não se lembra, dá um pulo na sua locadora e depois me diz se não tenho razão.

hm

Eu não sei vocês, mas eu achei o trailer de Hellboy II MUI-TO maneiro. Não sei do que se trata e não vi o primeiro, mas esse é dirigido ou produzido, já não lembro, pelo diretor do Labirinto do Fauno. E os efeitos, meus queridos, são fodaaaaaaa. Quero ver.

várias

Não vou fingir que entendo de política, muito menos norte-americana, mas eu gostei do discurso da Hillary. Aqui.

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O tempo anda uma MER-DA. É a primavera mais climaticamente desagradável dos últimos 200 anos, dizem. E parece que vai ser assim até o próximo inverno: vento frio, chuva e sol alternando-se durante o dia. Pelo menos aqui. No norte anda chovendo a cântaros e deslizamentos de terra são a última moda. Acidentes nas estradas também não faltam, porque se o italiano já dirige feito um animal em condições normais de temperatura e pressão, imaginem em pista molhada e com visibilidade reduzida. Eu, pessoalmente, entro numa espiral de mau humor todos os invernos, e essa cortação de barato meteorológico me deixou muito pra baixo. Pensar que quando esse tempo bosta terminar vamos estar já nos dias curtos e escuros do inverno me deixa louca. Mas fazer o quê.

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Sábado fomos ver Then She Found Me, com a Helen Hunt. Meudeus, como ela tá VE-LHA! E, na boa, até entendo não querer se plastificar toda, aceitar o envelhecimento numa boa e tal, mas cara, tem rugas que praticamente GRITAM “quero botox!”. Magra, macérrima, a pelanca solta acentuando as rugas, socorro! O filme propriamente dito é interessante, lentíssimo mas não horrendo, tem seus momentos e tal, mas parece que o pré-requisito pra trabalhar nele é ser feio pacas E mal vestido pacas – não se salva nem o Colin Firth, quéridos, que passa o filme inteiro com cara de quem não toma banho há uma semana. Não importa que ele é pai separado com dois filhos pra criar: roupa amassada é perdoável; cara de sujo, nem pensar. Saí do cinema com um discreto nervoso, porque não posso ver gente suja, e odeio mulher molamba usando sandália de turista alemão e sem nem um rímel pra dar uma levantada (pra não falar nas rugas pedindo botox).

E ontem vimos Il Divo, filme italiano sobre Giulio Andreotti, a mafia guy if I’ve ever seen one, senador vitalício, corcunda, com cara de Yoda, asqueroso, talvez o homem mais poderoso do país, com toda a desonestidade e a podridão que isso implica. Podia ser um filme interessante, mas é tão, tão, TÃO lento que eu tava quase cortando os pulsos. Não tenho paciência pra lentidão, que pra mim deveria ser punida com chibatadas em praça pública, e Il Divo tem ritmo de cinema iraniano. Não dá. Não vejam. Não-ve-jam.

gomorra, il film

Já falei aqui do livro Gomorra, de Salviano, que foi ameaçado de morte pela Camorra e anda escoltado etc e tal. Falei que o livro é MUITO maneiro e chocante.

O filme é qualquer coisa.

Primeiro que me deu vontade de rir porque o bairro de Scampia, o mais violento e drogado e pobre de Nápoles, é como uma favelona. A única diferença entre a Vela (um complexo de apartamentos GIGANTESCO e HEDIONDO, uma espécie de Cruzada aumentada, sacam) e uma favela é que os moradores são brancos. De resto, darlings, é tudo igual. Mulher mal vestida, homem com corrente de ouro no pescoço e pulseira de bicheiro nos braços, criança correndo despenteada, lixo na rua, restos de material de construção abandonados nos cantos, cachorros sarnentos passeando livres, roupas penduradas nos varais do lado de fora, vazamentos em tudo o que é lugar, carros abandonados em terrenos baldios, crianças tomando banho em piscinas Tony, gente que não faz ABSOLUTAMENTE NADA o dia inteiro, e principalmente homens armados que ficam de lá pra cá em cima das lajes pra dar o sinal quando a polícia se aproxima.

Segundo que me deu vontade de chorar porque gente que se droga me dá vontade de chorar. De ódio. Porque se tem uma coisa que eu detesto é estupidez, vocês sabem, e poucas coisas são mais idiotas nesse mundo do que se drogar/fumar/perder dinheiro em jogos de azar (e viva a rima).

E por último, Nápoles é mesmo uma irmã gêmea do Rio. Vamos combinar que a beleza do Rio é de sentar e chorar e não tem comparação com nada desse mundo, mas Nápoles também é muito bonita. Ver a degradação em que se encontra é um soco no estômago pra quem vem de uma cidade tão sofrida e injustiçada e fodida quanto o Rio de Janeiro, completamente entregue, como Nápoles, ao crime organizado, que fatura em cima de cretinos que não têm nada melhor pra fazer da vida do que entupir os narizes de coca.

O filme é esquisito, mas de um livro que não é um romance não podia mesmo sair um filme convencional; os personagens são muitos mas pouco desenvolvidos e você não cria a mínima empatia; os subplots são numerosos e nem sempre relacionados entre si; o ritmo é meio lento. Mas o filme é bárbaro e vale super a pena ver.

P.S.: O filme é todo em dialeto napoletano, e conseqüentemente legendado em italiano. Não, não se entende absolutamente nenhuma palavra. Nenhuminha.

ironman

Ontem à noite fomos ao cinema em Foligno com Gianni, Chiara, Daniele e Une. Fui eu que pilhei todo mundo, porque eles não são chegados nesses filmes de quadrinhos – nunca leram quadrinhos e não conhecem nenhum personagem. Aliás, nunca lêem nada e não conhecem nada, mas vamos esquecer esse pequeno detalhe.

Eu gosto do Robert D. Jr, apesar dele sempre fazer papel dele mesmo. Normalmente acho a Gwyneth Paltrow uma chata de galocha, capa e guarda-chuva, e não é só por ter esse nome imperdoável, mas gostei dela nesse filme. O único porém dela é o penteado na cena da festa; vai ser perucona assim na casa do chapéu! Mas fora esse pequeno detalhe, adorei tudo, e felizmente todo mundo gostou do filme também. O roteiro é bom, os efeitos são fodaaaaaaaaaa, a trilha sonora é FODAAAAAAAAAAAAAAAAAA, é tudo foda. Adorei. Saí do cinema toda contente e pimpã, morrendo de saudade do tempo em que eu lia quadrinhos. E doida pra ver a continuação. Porque não teve beijo, né, mas ficou aquela coisa no ar, rolou aquela revelação final e tal, blah blah pororó pim-pim, vai ter Ironman 2 e eu quero ver.

Ainda pipocando, recebi um maldito email da Amazon com DVDs em oferta, e lá fui eu dar uma olhada. Acabei comprando um monte de coisas, tudo a menos de 4 libras, uma delícia. Ficou faltando só a trilogia do Poderoso Chefão, que tá em falta e ficou na lista de espera. Resisti bravamente a isso aqui, não sei como.

atonement

O livro dispensa comentários, mas o filme eu só fui pegar em DVD agora. Achei leeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeento. A bem da verdade eu já li o livro há tanto tempo que nem lembrava direito da história – tinha uma vaga memória da cena no chafariz e da Briony enfermeira – mas tenho certeza que o romance não era devagar quase parando, até porque nenhum dos outros livros dele é estilo cágado. Meus comentários, além da lerdeza:

– Vocês me desculpem, mas eu não agüento o bico da Keira Knightley. Aliás, nunca fui com a cara dela, porque além do bico ela tem um nome ridículo, e vocês sabem que eu não perdôo nomes ridículos. Nem bico.
– Ela é realmente magra mas tem umas pernonas grossas totalmente nada a ver.
– O vestido verde que ela usa é um des-bun-de.
– Eu amo toda e qualquer história que se passa no English countryside.
– A Lola é feia que nem a fome, com aquelas bochechas gigantes. Os gêmeos ruivos são ótimos.
– Quando começaram a atirar nas cabeças dos cavalos eu quase vomitei, apesar de obviamente não aparecer nada. Só de pensar me dá vontade de vomitar de novo.
– Preciso voltar a escrever.

into the wild

É um filme estranho. O garoto era um idiota, logicamente, porque só um idiota persegue ideais idiotas de maneira tão radicalmente idiota, e ainda por cima no frio. Seus motivos são compreensíveis, digamos o núcleo das suas idéias, mas tudo tem limite nessa vida, né, péra lá. De qualquer forma é impossível não simpatizar com o personagem (mesmo ele tendo que ver a cara da morte pra concluir que a felicidade só existe quando compartilhada. Tipo, até meu cachorro sabe disso, já que divide sua poltrona quentinha com dois gatos). Minha cena preferida é quando ele convence o velhinho a subir no monte com ele. O velho sobe xingando, mas sobe. E a despedida deles, quando o velhinho se oferece pra adotar o garoto, dá um aperto no coração. Os hippies são legais. As paisagens são bonitas. Mas de resto é só um filme muito lento sobre um garoto que não tinha nada melhor pra fazer da vida, então foi se rebelar ali no Alasca, e por lá ficou. Gostei muito não.

filmim

Ontem fomos ver I am Legend. Apesar de ter certeza de que nada com o Will Smith pode superar uma obra-prima como 28 Days After, que eu tenho em DVD e revejo sempre enquanto passo roupa aos sábados, era a única coisa que dava pra ver no cinema – as alternativas eram todos horripilantes comédias pastelão italianas.

Continuo achando o Will Smith um porre. O cara faz todos os personagens iguais, estilo Lima Duarte. Assim até eu. Continua orelhudo, continua sempre tendo uma cena em que ele faz exercício sem camisa pra gente ver os músculos. Mas dessa vez o filme tem um cachorro, um cachorro muito importante porque mantém o cara mentalmente são durante três anos.

***SPOILERS***
Mas aí o cachorro, que na verdade é uma cachorra, morre. A luta com os cachorros zumbi eu nem vi, logicamente; olhos cobertos e orelhas tapadas porque eu não consigo olhar mesmo. Mas a cachorra morre, e eu chorei pra caramba, mas depois que passou achei o filme legal.

Lógico que depois do filme fomos diretamente pra Arianna abraçar o Leguinho. Que estava dormindo na poltrona lá dos cachorros, enroscado com uma gata. Se houvesse uma epidemia e surgissem cachorros-zumbi era capaz do Legolas ficar amigo deles e dormir juntinhos.

oi, tchau

Estou sumida porque tenho prova na faculdade. Fiz Comunicazione Politica semana passada (23/30, quem deu a prova foi a assistente bonitona, que só perguntou nomes e datas – realmente o sistema educacional italiano dá medo), e semana que vem tem Marketing e depois Teorie e Tecniche di Comunicazione di Massa, ambos com muita matéria pra estudar. E eu enrolo MUITO pra estudar, vocês sabem, então perco um tempão arrumando a casa, botando documentos em ordem, resolvendo coisas pro Mirco na rua, limpando a casa, fazendo ginástica, limpando a garagem, mandando currículo, batendo papo com futuros colaboradores de trabalho no MSN pra ver se sai alguma coisa rentável, me irritando com a agência que demorou pra mandar o contra-cheque. Tudo desculpa pra não estudar. Mas veja bem, não estou lendo nada nem vendo nada (além do último episódio de House da temporada passada) pra não perder tempo fazendo coisas idiotas. Perco tempo de estudo, mas pelo menos fazendo coisas úteis.

Mas o que eu queria dizer era outra coisa: essa noite tive insônia e vi Tropa de Elite, que um amigo *cof cof* me mandou em DVD completamente legal *cof cof*. Que filme é esseeeeeeeeeeeeee! Que roteiro é esseeeeeeeeeeeee! Desse jeito vou acabar comprando o DVD de verdade.

Outra coisa: não tem nada mais gostoso do que ouvir a língua da gente, da cidade da gente, falando coisas que a gente entende. “Cê tá sabendo que a gente vai fazer Fucô, né”, diz a garota da PUC. : ))))))))))))))))))))))))))))))