28.02.06

haja saco

Mais uma tarde de aula em Cascia.

Perguntei pro Michael se os adolescentes dele também eram mal educados, e ele disse que sim. Menos mal, quer dizer que não sou só eu. Vocês tão carecas de saber que eu sou chata e autoritária, e aluno na minha turma dificilmente cria problema, mas essa turma, vou te contaaaaaaaaaar! Michael, quando tinha um filho pequeno, foi chamado pra ir à escola pra uma espécie de Show and Tell – imaginem, um pai inglês em uma cidadezinha pequena, era uma coisa totalmente alienígena. Ele disse que conseguiu ouvir e responder só às primeiras perguntas, porque depois começaram a fazer uma bagunça tão grande que ninguém entendia mais nada. Ele ficou tão traumatizado com a experiência que se mudou pra Bélgica com a família toda, pra evitar que os filhos fossem educados à moda italiana ;)

Mas enfim. Esses alunos de Cascia são um desastre. Primeiro porque não faz muita diferença a minha presença e a do Michael ali, já que eles estão se preparando pro PET e pro FCE, que são exames prevalentemente escritos e concentrados na gramática, ou seja, qualquer um que saiba gramática da língua inglesa resolveria o problema. Segundo que temos pouquíssimo tempo pra nos preparar, e todo mundo sabe a dificuldade que os italianos têm com a língua inglesa. Terceiro que são todos péssimos mesmo e ninguém vai passar na prova, nem os da minha turma e nem os do Michael. Mas tudo bem, pagam, então nós continuamos indo lá uma vez por semana pra aturar os monstrinhos que não calam a boca um minuto sequer. Ô povo mal educado!

Postado por leticia em 21:18

27.02.06

la prima volta non se la dimentica nessuno

E finalmente chegou o dia da minha primeira prova oral. Êeeee!

Ê uma ova. Foi horrível.

Eu nunca fui de ficar nervosa antes de prova nenhuma. Nem no vestibular. Também não tenho medo de professor italiano, que aqui é tratado como um sultão. Muito menos de falar em público, cês sabem, né. Mas não sei o que me deu hoje; passei a manhã nervosíssima e em vez de fazer a porra da prova logo e ir embora almoçar com calma, fiquei enrolando, enrolando, tentando entender os cochichos de quem fez a prova antes da gente (eu, Ludovica e Elisa estávamos nervosíssimas, as três). Resultado: acabei fazendo uma prova ridícula, e nem pedi pra ele fazer outra pergunta sobre o livro do Rifkin pra aumentar a minha nota (fiquei com 25/30). Respondi mal a todas as perguntas que ele fez sobre a horrível apostila dele mesmo, confusíssima e cheia de nomes e assuntos diferentes sem nenhum fio condutor. Eu só tinha lido a apostila no domingo, muito en passant porque era um saco mesmo, mas como sei que ele é legal e bem flexível, tinha encasquetado que na hora iria pedir pra ele perguntar do livro. Ele esqueceu, e eu também. Mula.

Resultado: vou fazer a prova de novo em junho, pra ficar com uma nota melhor. Vou aproveitar que aqui tem essa mamata pra não ficar com nota feia na caderneta. E vou decorar aquelas porcarias todas de nomes de autores, Cassano, Leopardi, Gramsci, e tudo o que eles disseram, teoria por teoria, por mais sem sentido que seja a maldita apostila. E vou escrever RIFKIN em vermelho gigante na palma da mão pra eu ficar esperta e lembrar de pedir a ele pra me interrogar sobre coisas que eu estudei direito. Cês vão ver.

Postado por leticia em 21:14

26.02.06

Fomos ver Prime hoje, aquele com Uma Thurman e Meryl Streep. Meio bobinho às vezes, mas bem divertido, e eu adoro as roupas da Uma Thurman. Dá pra passar o tempo. Comi até pipoca murcha do bar do cinema, coisa que vai contra os meus princípios. Mirco nem dormiu, acho.

Postado por leticia em 20:17

25.02.06

jantar

Pra variar, jantamos fora. Dessa vez com Mario e Maria Rita, que já estavam saindo pra jantar com outros amigos e nos incluíram no programa. Fomos à Locanda dei Golosi, lá na casa do chapéu, onde fomos com Spartaco e cia há pouco tempo. O mesmo garçom fedorento, socorro! Mas comemos bem, e batemos altos papos.

Nessas horas é que eu vejo como a vida é estranha. Meu namorado é lanterneiro, Mario tem uma loja de flores e a mulher, siciliana, é ex-cabeleireira e ex-caixa da Metro. O outro casal era uma advogada grávida e um contador. O outro casal é uma caixa da Coop e um técnico de informática. Variedade é isso. Lógico que não rola discutir cinema ou literatura com essa gente, mas eu acabo sempre dando risada e aprendendo alguma coisa. De vez em quando é até bom socializar, sabe...

Postado por leticia em 23:51

24.02.06

clúnei

Apesar do cansaço total e absoluto, resolvemos ir ao cinema depois do trabalho. Fomos com Gianni ver Syriana, mas quem disse que conseguimos ver tudo sem capotar?

O filme é muito estranho e meio angustiante, e fiquei triste de ter perdido várias partes porque aí é que não entendi nada mesmo. Mas como tinha muita, mas muita gente roncando no cinema, é bem provável que o filme seja só chato pra cacete mesmo...

Postado por leticia em 23:53

23.02.06

nham

Só pra dizer que hoje almocei pappardelle com molho de avestruz.

Tá?

Postado por leticia em 22:08

22.02.06

livrim

Semana passada li Swallowing Grandma, um livro esquisito que comprei porque gostei do nome e da capa. Não sei nada da autora e a sinopse atrás não explica muito bem do que se trata. Ou melhor, até explica, mas a história é confusa e cheia de reviravoltas inesperadas. Não é dicotômica, os bons são maus e os maus também são bons, a personagem principal vira bulímica durante a história e esse conflito não se resolve, enfim, é meio estranho, mas passa o tempo. Não é pra comprar, mas se tiver dando sopa na biblioteca, pelo menos ajuda a distrair enquanto a fila do correio não anda.

Postado por leticia em 21:34

21.02.06

giri

Aproveitei a manhã livre pra resolver várias coisas em Bastia e Santa Maria: passei no caseificio pra comprar ricota fresca, scamorza e caciotta, dei um pulo na Rita pra comprar maçã e tomate-cereja, na volta passei na depilação e enquanto ela terminava uma cliente fui à biblioteca de Bastia me inscrever.

No Rio eu cheguei a freqüentar uma biblioteca no Leblon quando era pequena – minha mãe já estava na Secretaria de Cultura e na época acho que fazia alguns trabalhos pras bibliotecas – e eu li tudo que é Asterix e A Inspetora que achava por lá. Mas era uma bibliotequinha meio tabajara e aqui eu ainda não tinha entrado em uma.

Antes não tivesse.

Fica no segundo andar de um prédio de apartamentos e escritórios (aqui é muito comum misturar tudo) que fica em cima de uma loja imensa de vestidos de noiva. Empurrei a porta encostada e dei de cara com uma sala não muito grande, com algumas divisórias horríveis e etiquetas amarelas escritas com letra garranchuda dividindo as seções dos livros. Logo atrás de mim entrou uma turma de colégio, com um bando de pré-adolescente fazendo barulho atrás da professora – excursão, putz. Uma das duas bibliotecárias me dispensou solenemente pra atender os delinqüentezinhos, e me deixou nas mãos da outra.

A Bibliotecária Loura é assim: uma senhora de uma certa idade mas que ainda não sabe disso, de vestido vermelho e botinha, batom vermelho, faixa vermelha na cabeça cobrindo as raízes dos cabelos platinados. A clássica funcionária pública ineficiente e clinicamente histérica. Levou três horas pra copiar meu nome na ficha, e isso só depois de me olhar como um E.T. quando eu disse que só queria me cadastrar, porque não tinha tempo de escolher nada. Não pode fazer ficha sem levar livro, disse. Anotou tudo de caneta na ficha, com aquele garrancho hediondo, pra depois inserir tudo no computador. Me acompanhou até a meia-prateleira de livros em língua original; nada digno de nota, então catei umas anotações no caderninho fofo que a Newlands me deu em novembro e achei uns nomes perdidos de livros em italiano que os meninos tinham sugerido na mailing list do curso de narração. Acabei levando Tre Cavalli, di Erri de Luca, que não sei quando vou conseguir ler. Algo me diz que não vou gostar, mas não dava tempo de escolher melhor.

Ainda dei aula de português pra Begonia, passei na Libreria Grande pra pegar um livro de Sociologia, e fui direto pra escola pegar o Michael pra ir a Cascia. Detesto ir a Cascia. Bando de adolescentes delinqüentes! Terça-feira é um porre mesmo.

Postado por leticia em 21:48

20.02.06

ano novo, casa nova

Então hoje o que aconteceu foi o seguinte:

Mirco comprou apartamento.

Digo Mirco porque eu não tenho um tostão furado, vocês sabem.

O prédio ainda não tá pronto; vai ficar em fevereiro do ano que vem, mas o esqueleto já tá de pé. Lógico que todos os apartamentos já tinham sido vendidos ainda na planta, mas um salame que tinha dado a entrada e ficado na esperança da mãe dar a grana pra pagar o resto acabou voltando aos prontos pedindo a entrada de volta, porque a mãe do pimpolho (de 40 anos – o pimpolho, não a mãe) resolveu não patrocinar mais nada. Ficamos sabendo da construção do prédio porque o Gianni viu um anúncio no mural da piscina de Bastia; ligamos e calhou de ter só esse apartamento que o salame tinha acabado de devolver. Não pensamos muito e compramos (o –amos é metafórico, mas vocês entende).

O apartamento tem três quartos e 100 metros quadrados, mais 32 metros de varandão delicioso. Fizemos algumas modificações na planta pra poder ter uma cozinha com janela; o construtor disse que ninguém mais faz cozinha fechada, mas só angolo cottura (sala e cozinha juntos, como aqui em casa) porque ninguém mais cozinha em casa. Todo mundo explorando a cozinha da mamma, cês sabem. Mas pra certas coisas somos convencionais e não queremos sofá fedendo a molho de cogumelos, então tivemos que inventar umas prosopopéias arquitetônicas pra resolver o problema. Também dividimos um dos banheiros em duas partes, pra poder ter uma mini-área de serviço com tanque e máquina de lavar roupa, e isso por dois motivos: primeiro que eu não consigo conceber casa sem tanque (aqui neguinho lava pano de chão no box ou na banheira, um nojo, pra não falar da dor nas costas), segundo que cansei de congelar minhas mãozinhas tirando roupa da máquina de lavar na varanda, e agora quero a máquina den-tro-de-ca-sa. Como não queremos banheira (e aqui todo mundo fica escandalizado com isso, que nem quando eu saio de casa de cabelo molhado), ganhamos espaço no banheiro e deu pra dividir legal. O outro banheiro vai ser incluído no quarto pra virar suíte, outro conceito desconhecido por aqui. A divisão da sala é meio estúpida mas se eles fizerem do jeito que a gente quer, vai ficar legal.

Agora é apertar o cinto por muitos e muitos anos pra conseguir pagar o apartamento. Eu vou tentar pagar pelo menos a cozinha inteira, mas pra isso os meus caros alunos precisam parar de ficar doentes toda hora e faltar aula...

Postado por leticia em 23:29

19.02.06

casanova, giacomo casanova

Fomos ver Casanova hoje com o Moreno. O filme é uma bobagem gigantesca, o Jeremy Irons tá ali com aquela cara de Jeremy Irons, a atriz principal é MUITO bonita, e eu odeio o ator principal, odeio, odeio; mas o figurino é uma diliçaaaaaaaaaaaa! E eu adoro ver Veneza no cinema. Assim, de longe, até parece que é uma cidade superviável e vivível...

Postado por leticia em 21:20

18.02.06

show

Acabamos de chegar do show do Califano, no Country, a boate in de Bastia. Saímos de casa achando que iria ser a maior roubada, mas até que não. Marco e Michela nos convenceram a pagar 25 paus por cabeça, jantar e show incluídos. Eu não conheço o Califano, não sei nada dele, não gosto de música italiana e odeio boate, mas juro que me diverti.

O Country é uma boate estranha. Como a maioria das discotecas daqui, eles também oferecem jantar (vocês me digam por favor qual atividade social italiana não envolve comida). Foi a primeira vez que jantei em discoteca, e o menu não era de todo ruim: muitos antipasti (mil folhas de verdura e queijo, prosciutto crudo, saladinha de camarão com feijão branco), três mini-porções de macarrão (três receitas diferentes: minignocchi com lingüiça e molho branco, um cappellettão com recheio de alcachofra, e ravioli com recheio de ricota e espinafre), um secondo (duas fatias de ótima carne de panela) e um contorno (tortinha de verdura). Ficou faltando só a sobremesa, até porque o show começou tardão e praticamente neguinho engoliu a carne pra poder atravessar a pista de dança entupida e ficar mais perto do Califano.

A história desse cara parece que é a seguinte: cantor de um sucesso só, que aliás eu não conheço, ele também é um famoso compositor. As letras não são ruins, e a voz, apesar da idade, das drogas e da gordura, ainda é firme. A ponta do nariz quase chega na boca; presumo que a cocaína tenha destruído todo o tecido cartilaginoso de sustentação do pobre apêndice respirador. Óculos escuros, copinho de Campari sempre à mão, camisa branca de linho, e uma certa dificuldade pra respirar. Alternava um golinho de Campari com uma sprayzada da bombinha pra asma. Eu não conhecia NENHUMA das músicas, mas o grupo que o acompanhava tocava bem direitinho, e reconheci um ritmozinho de bossa nova em muitas das canções. O pessoal, lógico, conhecia tudo, e cantava junto o tempo todo. Ele parecia feliz, apesar de estar tocando numa boate ridícula de uma cidadezinha ridícula do interior do Zaire; o show foi relativamente curto, começou logo depois uma seleção muito boa de músicas mas o DJ falava o tempo todo por cima, me irritei e fomos embora até que meio cedo. Foi muito menos pior do que eu esperava.

Postado por leticia em 23:55

17.02.06

socorro

Os patinadores italianos deram um show agora à noite, de verdade. Mas, por favor, ALGUÉM ME EXPLICA ESSAS ROUPAS? Obrigada.

Postado por leticia em 22:24

16.02.06

a primeira prova

Hoje fiz minha primeira prova de verdade na faculdade, de Linguistica Italiana. Na verdade não posso nem chamar de prova de verdade, já que foi uma múltipla escolha muito da furreca, enquanto que as outras são orais, com um bando de gente na sala escutando as asneiras que você responde.

Eu só assisti a meia aula de Linguistica. Se tivesse feito o endereço lingüístico durante o curso de italiano em 2002, em vez do cultural, não teria que ter feito essa prova agora, já que a matéria é seguida por todos os cursos da universidade, inclusive o de italiano que eu fiz. A professora é uma baixinha gordinha com cabelos avermelhados, roupas engraçadas e uma vozinha aguda que mesmo no microfone não dá nem pro buraco do dente. É muito simpática e me autorizou por e-mail, no sábado, a fazer a prova mesmo sem número de matrícula.

Eu estudei, vocês sabem. Também sabem que eu sou boa em línguas em geral, e tenho facilidade pra tudo que fala desse assunto. Não assisti a nada de aula além daqueles 45 minutos que nem serviram pra nada porque eu tava pensando em outra coisa. Li com calma um dos livros do currículo, hoje de manhã terminei um outro, e o terceiro ficou abandonado porque não tive tempo. Mas tirei a prova de letra. Só vou saber o resultado quando conseguir a matrícula, mas sei que passei.

Pra quem ainda não entendeu que eu moro realmente no interior do Gabão, vou descrever a cena da prova: chego uma hora antes na faculdade, com livrinho novo na mão (daqui a pouco falo dele). Sento num banco em frente à porta da reitoria e fico meio lendo e meio vendo o pessoal passar. Aquele bando de gente vestida igual (os locais), mais um monte de gente estranha (os estrangeiros). Vai amontoando gente em frente à Aula Magna, amontoando gente, amontoando gente, eu fui lá pra porta pra conversar com as meninas da minha turma, todo mundo com dicionário gigante embaixo do braço e eu pensando eu devo estar ficando maluca porque não sinto a MENOR necessidade de dicionário. O pessoal amontoando, até que abriram as portas e a galera começou a se empurrar pra dentro. Sabrina, Maria Marta, Pfaender, sacam amontoamento na porta do auditório em dia de prova de Dermato, Gineco ou Anestesio? Assim. Todo mundo sentado praticamente um no colo do outro, e eu gargalhando, porque é MUITO terceiro mundo isso. Quando a professora chegou, neguinho aplaudiu, porque ela é muito engraçada mesmo. Resolveu dividir a enorme cabeçada em três grupos. Fiquei no primeiro e demos tanta, mas tanta risada enquanto ela fazia a chamada com todos aqueles nomes estrangeiros bizarros, que ela mesma não agüentou e começou a gargalhar. O resultado é que o primeiro grupo começou a prova às seis, quando o horário oficial era às cinco.

Mesmo com a turma dividida, ainda era gente pra burro, e lógico que a colação correu solta. Um colega grego me aconselhou a sentar perto daquelas meninas ali, que sabem tudo de italiano. Eu também sei, quérido, respondi, e fui sentar lá atrás, sozinha numa fileira. O pessoal trocando prova, abrindo livro, trocando páginas de caderno, uma coisa de louco. Fiz a prova em cinco minutos (o tempo regulamentar era vinte), feliz da vida por não ter precisado colar nada. Eu sou boa coladora, tenho olhos de lince e ouvidos de tuberculoso, mas hoje, pela primeira vez na vida, tive o prazer de saber um monte de coisas só porque estudei. Donde nota-se que passei a vida estudando coisas erradas, já que nunca tive paciência pra estudar nada. Não tinha grandes prazeres tirando nota boa em português, inglês ou redação, porque eram matérias que eu nunca precisei estudar; por outro lado, nunca tive saco pra estudar clínica, cirurgia e coisa e tal. Durante toda a minha vida nunca estudei porra nenhuma nem fiz dever de casa. Nunca. Minhas boas notas no colégio e as razoáveis na faculdade devem-se à minha boa memória e ao meu sobrenatural senso de observação. Aprendi muito com os debates de caso clínico que rolavam durante as provas – porque a minha turma era FO-DAAAA e o pessoal não colava, debatia. Sabrina e Bernardo, o Casal Mais CDF do Planeta, não sabem, mas as conversas cochichadas deles discutindo caso clínico durante provas de tudo que é matéria me ensinaram mais do que qualquer Harrison ;) Nunca fui coladora de copiar todas as questões idênticas dos outros; quando eu não sabia uma questão, via o que os outros marcavam, e tentava entender o porquê, fazia mil anotações, e na maioria das vezes aquilo era suficiente pra engatilhar todo um processo de raciocínio que me levava à resposta certa, entendendo por que era a certa, entendem.

Mas então. Eu gosto de línguas. Gosto de lingüística. Gosto dessas teorias meio que inúteis sobre o que é dialeto e o que é língua, por que a vogal final do napolitano tem aquele som estranho que não existe em outras regiões, por que os peruginos falam bortsa em vez de borsa, por que certos pronomes de tratamento são reservados a certos cargos, por que vírgula aqui vai bem e aqui não. ADORO essas coisas. Então estudei com prazer mesmo. Como estou estudando o livro do Rifkin (interrompi pra pegar Linguistica) pra Studi Culturali, cuja prova não sei ainda se vou fazer porque o professor ainda não me respondeu. Como tenho certeza que vou estudar os dois livros pra Organizzazione Politica Europea, apesar de valer só três créditos. E a facilidade pra fazer a prova depois de estudar uma coisa da qual você gosta muito é uma sensação MUITO, MUITO legal.

E olha o pedaço do Swallowing Grandma, de Kate Long, que calhou d'eu ler bem antes da prova:

"They're underrated as a pastime, exams. There's something about the adrenaline rush, the legitimate isolation, the whole regulated nature of the exam experience that makes me feel the school hall is my natural element."

Postado por leticia em 20:45

15.02.06

loreena

Quando a Uno vai pra revisão na oficina, eu pego o carro do Mirco e tenho o privilégio de ir pro trabalho ouvindo música. Evito coisas facilmente cantáveis porque já estou quase sem voz de tanto ensinar, se ainda for ficar gritando junto com o Bono, o bicho pega. Então levei pro carro o The Book of Secrets, da Loreena McKennitt.

Olha, vou te dizer: Marco Polo é uma das mínhas músicas preferidas, EVER. Fica no repeat direto, sem eu me cansar, coisa rara. Linda, linda, linda. Que percussão é aquela, por favor? Hein?

Postado por leticia em 23:15

14.02.06

giochi invernali Torino 2006

Rapaz, cês tão acompanhando as Olimpíadas de Inverno? Diferente dos americanos, que se perguntam "mas por que justamente em TURIM, meus sais?", eu achei a opção bem legal. Não conheço a cidade, mas Robertinha gosta muito, tem a Grazi por lá e a louca da Marina também – aquela biruta que eu e Valeria conhecemos no albergue da juventude em Roma. E todo mundo acha a cidade charmozinha. Fora que, vamos combinar, Roma é tudo na vida mas as outras cidades também merecem participar do circuito pop da Bota, né não. Tipo, aqui na Umbria Perugia concentra TO-DAS as atividades culturais. Tudo que começa em alguma outra cidade acaba fixando raízes em Perugia, e os outros lugares ficam a ver navios. Chato, isso. Porque romaria is money, cês sabem.

Então. Tudo isso só pra falar, pela milésima vez, que eu não faço esporte le-nhum mas amo ver qualquer coisa na televisão. Adoro principalmente a abertura dos jogos, com aqueles nomes de países estranhos. Adoro ver os nomes bizarros dos atletas, adoro ver países desconhecidos ganhando medalhas, adoro o clima multicultural. Mesmo quando se trata de esportes de inverno – porque vocês sabem que eu odeio inverno e tudo relacionado a. A patinação no gelo é uma coisa muito maneira, fico louca assistindo, apesar de achar tudo de uma cafonice ímpar (e completamente desnecessária). Morro de pena do pessoal que cai, fico com vontade de chorar de dó e acabo mudando de canal, às vezes. Mas no geral eu assisto a qualquer coisa, até esqui, que é a coisa mais chata do mundo, junto com o golfe. Pena que com o sono que eu ando sentindo, fica difícil assistir aos replays que passam tarde da noite...

Postado por leticia em 23:10

13.02.06

jantarzim de novo

E ontem teve outro jantar maneiro. Dessa vez fui sozinha, com o pessoal do curso de narrativa que fiz em Perugia em novembro passado. A mailing list do curso é muito movimentada, e o pessoal que mora aqui no interior do Zaire resolveu combinar de se encontrar de pessoa. Aqui da vallata tinha eu e a Laura, que é napolitana mas mora em Tordandrea; tinha Arturo, outro napolitano, e Maurizio, ambos de Gubbio, e Matteo e Livia, que vieram de Veneza. Mais tarde apareceu a outra Laura, que é de Rovigo mas mora em Perugia e é superfã da Newlands, além de ser um amor de pessoa, e a louca ensandecida da Monique, belga naturalizada italiana, amiga do Arturo. Jantamos no Dal Mi' Cocco, trattoria tradicional de Perugia, que serve pasta fatta in casa, tem cardápio (hilário) escrito em dialeto perugino e coisa e tal. Como eu tinha almoçado três pedaços gigantes de torta al testo com duas lingüiças e mais tanto de queijo e lombinho defumado na casa da mãe da Michela, não estava com a mínima fome e nem curti tanto assim o jantar. Mas a serata foi muito legal, respiramos cultura (hohoho) e sobretudo rimos muito. Como é bom conversar com gente que gosta de ler :))))) O jantar bizarro teve direito inclusive a garçom intelectual, que, ao ouvir a Monique dizer que os belgas eram mais machos que os franceses, exclamou, enquanto servia as tagliatelle:

- É, mas Vercingetorix é Vercingetorix, né. Teve todo aquele lance de Alesia e tal.

As opiniões gerais sobre a minha pessoa foram unanimamente duas: minha saia de tweed da Animale é um escândalo de linda, ao ponto que até os meninos repararam, em momentos diferentes, e eu sou interessante de-más pra não escrever algo de decente e participar de algum concurso de literatura. A julgar pelos primeiros prêmios que muita porcaria anda ganhando por aí, I stand a good chance. Vamo esperar passar esse período de provas na faculdade, né, lindos. Depois quem sabe eu me aventuro.

Postado por leticia em 23:05

12.02.06

jantarzim

Ontem fomos jantar com os meus ex-alunos, os Três Mosqueteiros, lembram? Bom, na verdade primeiro fomos visitar a Mosqueteira Flavia, que está se recuperando de um pós-parto complicadíssimo e não pode botar os pezinhos fora de casa. Rimos muito com o filho mais velho, Francesco, que apareceu na sala vestido de legionário. Perguntamos quem ele era, e estávamos todos esperando algo tipo Maximus, mas ele vem com "Ettore, quello di Troia", e nós aaaaaaaaaaah! Ele continuou falando de personagens históricos, da Ilíada, da Odisséia de Ulisses, de Orlando Furioso, e todos nós de boca aberta, porque afinal o garoto só tem cinco anos. Ainda recitou a fala final do Aragorn em um dos filmes, com espada na mão e tudo (espada cujo nome ele sabia, by the way). Depois desse choque cultural, fomos jantar num restaurante que o Spartaco tinha reservado, com um nome cafonissimo, La Locanda dei Golosi. O lugar fica meio lá nos cafundós, pros lados da FeRnanda, e é elooooooorme. Nosso garçom era um gordo fedorento que faz aula de informática com o Spartaco, e mais um adolescentão bonitinho e educado. Levamos horas pra ser servidos, com toda aquela gente, e ainda levamos esporro por conta de umas crianças incrivelmente mal educadas que ficavam torrando a paciência dos garçons, coitados, que passavam abarrotados de pratos e bandejas pra lá e pra cá. Não adiantou explicar que os filhos não eram nossos; estavam perto da nossa mesa, então eram de nossa reponsabilidade moral.

Fora a incrível dor de garganta que senti mais tarde, por ter dado tanta aula a semana inteira e ter me esgoelado pra me fazer ouvir no restaurante lotado, o jantar foi muito legal. Os meninos são ótimos, as esposas idem, todo mundo gosta de viajar, todos são organizadinhos e certinhos e enlouquecem com a incompetência italiana, enfim, rola uma grande compatibilidade. O papo foi ótimo e demos muita risada. Chegamos em casa revigorados.

Postado por leticia em 19:53

11.02.06

Acabo de bater meu record: 3 horas direto estudando. Nunca tinha acontecido isso antes; meu máximo era 20 minutos heheheheh

Consegui falar pelo menos com a professora de Linguistica Italiana I, e vou fazer a prova na quinta-feira. Mas não vou poder saber a nota enquanto não conseguir resolver essa farofada da matrícula. Amanhã tenho que terminar um capítulo, e depois ler mais uns capítulos xerocados até quinta. Mas acho que dou conta; muito do que tem nos livros é simplesmente bom senso, e eu, menina que sabe usar ponto-e-vírgula, não tenho muita dificuldade em entender assuntos lingüísticos, ainda mais quando dependem quase que exclusivamente de bom senso. De qualquer maneira, nunca se sabe. Acendam velinhas, please.

Postado por leticia em 19:14

10.02.06

hohoho

Mirco hoje me contou que na terça, depois do jantar em Scheggino (don’t ask) com Gianni e Chiara, eu, bebinha, tive um longuíssimo ataque de riso antes de dormir. E que antes do ataque de riso falei em inglês, sabe-se lá sobre qual assunto, por meia hora seguida.

Então fica combinado que eu não posso me empolgar com vinho branco.

Postado por leticia em 23:44

09.02.06

saco

Estou penando pra conseguir fazer as provas na faculdade. O lance é que os gentilíssimos funcionários do consulado italiano no Rio, che gli piasse un fulmine, acham que a autenticação no certificado de conclusão do 2o grau é muito velha. Hm, por que será, hein? Será que é porque eu terminei a escola em 94 e já se passaram 12 anos? Hein? Enfim, querem que a autenticação velha seja autenticada, o que por lei não é permitido e os cartórios se recusam a fazer, lógico. Como não adianta discutir com funcionário de consulado, coisa que já aprendi há muitos anos, vou ter que mexer pauzinhos de outra maneira.

Da minha parte, não posso me inscrever pras provas, porque pra isso tenho que ir ao site da universidade e fazer o login com o número de matrícula. Sem o maldito documento que o consulado não quer me dar, atestando que concluí o 2o grau, não posso concluir a matrícula. Pagar eu já paguei, lógico, morrendo em 400 paus que não posso nem receber da agência da bolsa de estudos, porque não tenho matrícula. Então agora estou escrevendo e-mail pra tudo que é professor pedindo pra deixar eu fazer as provas, e a nota vai ser "verbalizada" (escrita no "libretto") só quando eu tiver o número de matrícula em mãos.

O mais legal é que eu não sei nem se a matrícula vai sair, mesmo se algum dia chegar o tal documento, porque eu escrevi pra Reitoria explicando tudo e perguntando o que fazer, mas é óoooooobvio que não obtive resposta. Pode ser que eu estude, faça as provas, consiga a merda do documento, vá lá apresentar tudo pra finalmente concluir a matrícula, e eles me digam aaaaaaah não pode mais.

Nesse dia vocês irão ouvir o William Bonner dizendo que uma famosa e tradicional universidade do interior do Zâmbia foi incendiada por uma extra-comunitária em meio a um "raptus" de causas desconhecidas.

Postado por leticia em 23:41

08.02.06

:))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))

Meu penúltimo aluno do dia, um arquiteto simpático e inteligente que é a cara do Ewan McGregor, mete a cabeça dentro da minha sala de aula verde.

- Quê que foi? Entra, menino.
- É que temos um convidado especial hoje.


ELE ENTRA NA SALA DE AULA COM UM FILHOTE DE TERRANOVA NOS BRAÇOS. VOCÊS NÃO ESTÃO ENTENDENDOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

Basicamente ele foi avaliar um projeto sei lá onde, na roça, e achou o coitadinho abandonado no meio do capim, com aquela cara de desamparado. Resolveu levá-lo pra casa, já que ele mesmo mora meio na roça, em uma casa grande, com três filhos, e a cachorra da família já está muito velha e quase subindo no telhado. Que sorte do filhote!

Compreensivelmente, quase tive um treco quando vi o cachorro. Coitado, de tão amedrontado ele nem se mexia; peguei-o no colo e senti o coraçãozinho disparando. Me olhava com aqueles olhos bonzinhos e eu quase chorei. Dei aula com o filhote dormindo no meu colo, roncando, com a cabeça apoiada na mesa.

Postado por leticia em 23:35

07.02.06

nos cafundós

Tive uma nova experiência muito interessante hoje.

Eu e Michael, o inglês que deu o OK lingüístico pra eu trabalhar na escola, fomos mandados pra Cascia (leia-se Cásha, e é o tal lugar de onde veio a Santa Rita, vocês sabem, a que virou de Cássia em português), pra dar aula preparatória pros exames de Cambridge.

Só que Cascia é lá na puta que o pariu. A gente tem que telefonar antes pra perguntar se tem neve ou não, porque se tiver, a estrada fica intransitável. Mais de uma hora de viagem, eu dirigindo a Smart da escola e o Michael falando sem parar. A paisagem é um desbunde, e tenho que lembrar de levar uma máquina fotográfica semana que vem, porque tem muita coisa bonita pra ver.

A escola é um Liceo Scientifico, e a professora de inglês que nos recebeu é muito legal. Os alunos foram divididos em duas turmas: eu peguei a preparação pro PET, que é uma prova que eu nunca fiz e queria conhecer, e o Michael pegou os meninos do FCE. Meus alunos são 16, de idades variando de 14 a 18. Falam sem parar, mas com uma levantadinha de voz básica a coisa se resolveu. Eu me diverti, eles se divertiram e se maravilharam com o fato de que eu memorizei rapidinho todos os nomes (ooooh os poderes mnemônicos da paca... Como se fosse uma turma de 100 alunos... Adolescente se encanta com pouco, né). Foram duas horas bem interessantes.

Só que eu já estou até me vendo daqui a alguns meses, com vários pólipos nas cordas vocais. Porque estou dando uma média de 10 horas de aula por dia. Enfim.

Postado por leticia em 23:30

06.02.06

Raymond Carver

Na mailing list do curso de narrativa que fiz em novembro está rolando uma discussão séria sobre Raymond Carver. Ele foi muito falado durante o curso, e lemos em aula um conto seu muito interessante, mas eu nunca tinha lido nada dele e fiquei me achando um cocô por causa dessa terrível lacuna intelectual. No fim de semana em Rotterdam, esperando no aeroporto e matando o tempo no avião, li Cathedral, uma sua coletânea de contos.

Quer saber? Achei um belo nada.

Os defensores de Carver na lista argumentam que a simplicidade com a qual ele descreve atos quotidianos é envolvente. Sinceramente, uma frase do tipo "ele passou a manteiga no pão, depois a geléia, e levou o sanduíche pra mulher" não me diz la-da. Eu até agüento conteúdo zero se a forma é maravilhosa, mas se não tem nem conteúdo e nem forma, ora, me poupe. Se a geléia ainda fosse, sei lá, envenenada, ou então uma receita de família que morreu com a falecida avó que teve um repentino piripaque numa casinha na beira de um lago isolado na Dinamarca, ou se o homem tivesse pela primeira vez conseguido passar geléia no pão depois de uma longa fisioterapia pós-acidente, talvez a coisa ficasse mais interessante. Mas manteiga comum com geléia comum num pão comum pra uma esposa comum é comum DEMAIS. E como se não bastasse a exagerada banalidade da forma e do assunto, os contos terminam no ar, suspensos. Não têm final. São literalmente contos onde não acontece nada. Parece até que ele mora aqui na Umbria... ;)

Postado por leticia em 23:41

pedreiras

Hoje é feriado, dia da República. Mirco foi trabalhar assim mesmo, mas eu e mamãe pulamos o muro da obra e passamos a manhã no apartamento em construção, com metro e planta e lápis na mão, tentando decidir como melhor mobiliar a casa. O esquema de construção aqui é completamente diferente: você não vê ninguém trabalhando nas obras e pensa que é tudo abandonado, mas os prédios sobem rapidinho, apesar da complicada estrutura antisísmica obrigatória por lei. Não sei como fazem, até porque já não entendia nada disso no Brasil, lógico, então não tenho pontos de referência. O bombeiro marca os pontos de água e esgoto na parede de tijolos com uma lata de spray. Quer o bidê aqui ou ali? Posso botar o fogão aqui ou quer mais pra lá? Se você escolher um box de um metro por setenta, vai chegar até aqui, ó (sprayzada), tá bom? Acho muito prático. E realmente gostei desse bombeiro, que é muito baixinho, o que me dá um certo nervoso, mas é um amor: educado, disponível, e sobretudo paciente e cheio de boas idéias. Foi uma manhã bem produtiva, e o dia acabou cedo porque amanhã saio de madrugada pra levar mamãe ao aeroporto.

Postado por leticia em 22:05

05.02.06

o uzbequistão é aqui

Ontem jantamos na casa do Marco e da Tania. O Marco estudou com o Gianni e o Mirco, e a Tania é do Uzbequistão (!!!). Gastronomicamente foi uma grande decepção, porque a gente tava crente que ia rolar uma culinária uzbeq, mas que nada: Tania foi de canneloni mesmo, depois teve rosbife (aqui rosbife não tem nada a ver com o verdadeiro roast-beef, mas enfim) e supplì, aquele bolinho de arroz frito. Tinha salada russa, mas eu abomino maionese, e combinada com pepinos em conserva, então, não tem santo no mundo que me faça comer. O doce, com creme de nozes e mel, parecia muito com os doces que a família sérvia faz sempre, e tava bem gostoso. Chiara levou uns pasteizinhos em gosto com recheio de Nutella, mas não valia a pena engordar por aquela besteirinha. Até que me comportei, mas hoje de manhã já fiz meia hora de step pra compensar.

A Tania é uma garota legal. Não sabemos nada do passado dela, e seu italiano ainda é muito carregado de sotaque russo (e ela come todos os artigos), mas é uma garota legal. Como Chiara e Gianni são sempre boa companhia, acabou que passamos uma serata bem gostosinha. De vez em quando – mas não sempre – é bom socializar.

Postado por leticia em 10:34

04.02.06

de novo

Estamos considerando seriamente a possibilidade de ir ao Rio em março. Vai ser uma viagem curtíssima, e Gianni e Chiara querem porque querem torrar no sol em Búzios e/ou Paraty, mas melhor do que nada. Assim que eu souber com mais certeza, aviso quem de direito :)

Postado por leticia em 10:28

03.02.06

coisas inúteis mas úteis

Uma das coisas mais úteis que já me deram de presente nos últimos tempos foi a toalha pra enrolar o cabelo que minha avó me deu. Simplérrimo, mas utilíssimo: tem um botão atrás da cabeça e na parte da frente um elastiquinho; você enrola a toalha estilo turbante, como todo mundo faz, e em fez de ficar com aquilo apoiado precariamente na cabeça, puxa a ponta pra trás e prende o elastiquinho no botão. Uma maravilha, rapaz!

Postado por leticia em 22:25

02.02.06

botenses

Duas reportagens interessantes essa semana no telejornal:

A cachorrinha vira-lata que foi salva pelo seu colega sem-teto pastor alemão. Ela caiu num barranco e não conseguia sair; o pastor, que costumava perambular com ela pela cidade, latiu a noite toda e a manhã toda sem parar até que alguém percebeu e chamou os bombeiros. Quando os homens finalmente conseguiram tirar a trêmula cachorrinha bigoduda do barranco e se viraram pra agradecer ao pastor alemão, ele tinha ido embora.

O motorista italiano foi classificado oficialmente como o mais agressivo e mal-educado da Europa. Jura? E por isso mesmo agora vai existir uma punição oficial contra traffic harrassment, digamos assim. Porque outro dia um imbecil fechou outro imbecil no trânsito, o fechado começou a perseguir o fechando, com a mãozinha pra fora fazendo o clássico gesto aôoooooo imbecill', maccheccazzo fe'?, o fechando se sentiu ameaçado e chamou a polícia e o fechado foi multado. Achei superlegal, mas se os policiais que multam também são italianos e também dirigem assim, será que vai adiantar alguma coisa?

Postado por leticia em 23:23

01.02.06

:)

Os dias têm sido ensolarados, de temperaturas quase primaveris. Hoje arrisquei até sair de casa de pulôver de lã mas sem sobretudo, e sobrevivi. Incrível como o meu humor melhora quando vejo a cara do sol. E a paisagem umbra no caminho pro trabalho é tão bonita! Spello é um desbunde, toda feita com a mesma pedra rosa de Assis, mas por ficar bem próxima à estrada tem um impacto particular. O interior do Zaire é uma beleza só :)

Postado por leticia em 23:17

sociologia

A única vantagem que tenho quando alguém cancela aula é que consigo estudar. Comecei a ler o manual de Sociologia, que é uma matéria importante, de 9 créditos. As aulas começam semana que vem e vou conseguir freqüentar só Sociologia mesmo, mas só uma vez por semana. Três horas direto de aula, uma paulada.

Cara, que assunto chato!!! Não consigo imaginar minha mãe estudando isso por cinco anos seguidos na faculdade. Ô coisa superteórica! Detesto. Mas a parte mais teórica, chamada "institucional", vai ser só até abril; depois começam com o tema desse semestre, que vai ser o retorno à oralidade em um mundo onde a tecnologia facilita mais e mais esse tipo de comunicação. Acho que vai ser interessante e já encomendei os dois livros em inglês porque tenho a impressão que vou me divertir. Vamos ver.

Postado por leticia em 22:23