leituras de 2018 – parte 7

Kindred (Octavia Butler)

Esse livro foi escrito há 26 anos, e não sei por que tá tendo esse revival agora. Confesso que não conhecia a autora até a Amazon me sugerir a leitura. Conta a história de uma mulher negra casada com um homem branco que um dia do nada vai parar no passado, numa fazenda de algodão no estado de Maryland, nos EUA, no século XIX, OLSEGE, numa época em que a escravidão era uma parada normal. Sendo negra, ela obviamente não pode fazer nada além de se encaixar no seu papel esperado de escrava, já que não sabe inicialmente como voltar pro seu próprio tempo.

Gostei do livro, mas não AMAY não. Tem uns trechos muito duros de ler, esse assunto é bem pesado, mas não achei tão avassalador quanto as criticas estão dizendo. Ficou em Curitiba, então não tem trecho pra copiar aqui. Vale a leitura, mas não foi divisor de águas pra mim não. Viagem no tempo por viagem no tempo, prefiro Outlander ;)

Storia di Chi Fugge e di Chi Resta (Elena Ferrante)

AINDA não gravamos um EPEPa sobre o terceiro e o quarto livros, mas quando você começa com a tetralogia, não consegue mais parar, a história é boa demais, as personagens são bem desenvolvidas demais. A fase adulta de Lenù e Lila é muito interessante, embora eu ainda prefira o segundo livro. Aguardem o próximo episódio, que será gravado custe o que custar.

Cominciai a non poterne più. Mi ricordai delle resistenze che aveva fatto Antonio quando l’avevo lasciato. Ma Antonio era un ragazzo, aveva ereditato la testa labile di Melina e soprattutto non gli era stata impartita l’educazione di Pietro, non era addestrato fin dall’infanzia a individuare regole nel caos. Forse, pensavo, ho attribuito un peso esagerato all’uso coltivato della ragione, alle buone letture, alla lingua ben governata, all’appartenenza politica; forse, di fronte all’abbandono, nemmeno una testa molto ordinata può reggere alla scoperta di non essere amata.

Em português, valeu Aline de novo:

Comecei a não aguentar mais. Lembrei-me das resistências de Antonio quando tinha decidido deixá-lo. Mas Antonio era um rapaz, tinha herdado a cabeça frágil de Melina e sobretudo não recebera a mesma educação de Pietro, não tinha sido adestrado desde a infância a identificar regras no caos. Talvez — pensei comigo — eu tenha atribuído um peso excessivo ao uso cultivado da razão, às boas leituras, à língua bem governada, à filiação política; talvez, diante do abandono, sejamos todos iguais; talvez nem mesmo uma cabeça muito disciplinada consiga suportar a descoberta de não ser amada.

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