leituras de 2018 – parte 6

An Astronaut’s Guide to Life on Earth (Chris Hadfield)

Esse foi o Thiago que me emprestou. Não está mais comigo, então não tenho como citar nenhum trecho.

É um livro interessante por vários motivos: ele descreve todo o processo pelo qual passou pra se tornar astronauta, toda a formação, as dificuldades e desafios e coisa e tal, e saber dos bastidores é SEMPRE maneiro. Além disso, realmente há coisas que podem ser aplicadas à vida cotidiana a partir de uma experiência assim, embora nada do que ele tenha dito seja realmente uma novidade – todo mundo sabe que checklists salvam vidas, que tentar olhar um problema de pontos de vista diferentes facilita a sua resolução, coisas assim. Mas o jeito dele escrever me pareceu tão, tão americano, embora ele seja canadense, sabe, aquela coisa tão tão de coaching, de autoajuda, de DÁ O MELHOR DE SI E NÃO DESISTE NUNCA GO GO GO GO GO! que no final eu já tava me irritando. Mas valeu a leitura, tem um monte de historinhas de bastidores bem legais. Claro que pra quem curte astronomia pra caramba, que não é o meu caso, é um prato cheio.

Storia del Nuovo Cognome (Elena Ferrante)

O segundo livro da tetralogia napolitana é delicioso, principalmente depois do cliffhanger no qual o primeiro livro nos deixou. Melhor do que ler aqui um comentário é ouvir o segundo É Pau, É Página sobre ele, por sinal um dos episódios mais legais que eu gravei até hoje.

Relendo as minhas notas no Kindle achei esse trecho genial, mas há muitos outros:

Portava sottobraccio i libri stretti con l’elastico, aveva il viso sciupato dalla tensione delle ore di scuola. Anche Alfonso nascondeva in petto don Achille, suo padre, malgrado l’aria delicata? Possibile che i genitori non muoiano mai, che ogni figlio se li covi dentro inevitabilmente? Dunque da me davvero sarebbe sbucata mia madre, la sua andatura zoppa, come un destino?

Na tradução em português, mais uma vez cortesia da Aline Bergamo:

“Levava debaixo do braço os livros atados com um elástico, tinha o rosto cansado pela tensão das horas de aula. Será que Alfonso também escondia no peito dom Achille, seu pai, apesar do jeito delicado? Será possível que os pais não morram nunca, que todo filho os carregue dentro de si inevitavelmente? Então de dentro de mim realmente brotaria minha mãe, seu andar trôpego, como um destino?”

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