eu e a ioga, a ioga e eu

Como eu mencionei outro dia, estou fazendo ioga. Aulas com a Petulla (clique aqui se estiver na zona de Assis-Perugia e quiser fazer aulas com ela). Estou adorando, embora seja só uma vez por semana.

Facilita muito a minha vida iogal fazer ginástica há séculos, porque é lógico que o que nós chamamos de “alongamento” é tudo chupado da ioga, então conheço muitas das posturas. Também ajuda muito ser naturalmente flexível, embora eu tenha perdido muito nessa área ao longo dos anos. Ajuda um pouco menos estar enormemente gorda.

Mas estou achando legal mesmo. Ao contrário do que acontece com a maioria das pessoas que eu conheço que fazem ioga, eu não saio de lá nada relaxada, mesmo fazendo o relaxamento final dando o melhor de mim (eu só sei relaxar dormindo, então tenho que me concentrar pra manter os músculos relaxados estando acordada). Saio feliz da vida por ter conseguido ficar em pé mais tempo na postura da árvore hoje do que na semana passada, por ter esticado a minha coluna, por ter alongado os pobres músculos da coxa, maltratados (no bom sentido) pela musculação pesada e pela aeróbica nossa de cada dia. Então só tem vantagens.

Recentemente descobri o PiYo, sempre da Chalene Johnson. Mostrei pra Petulla e ela adorou, ou seja, é uma coisa diferente mesmo – uma mistura de Pilates com ioga, mas não me perguntem mais porque não entendo nada nem de uma coisa, nem de outra. Comprei os DVDs da série FAN (não há um “programa” PiYo pela Beachbody, como tem do TurboJam e Turbo Fire, por exemplo) e achei bárbaro. Parece moleza mas é cansativo pra cacete, mas de um jeito bem diferente. Tudo bem que a estética é horrenda – cada aula é em uma academia diferente, camera work não é lá essas coisas, a voz em off é de péssima qualidade – mas os exercícios são muito interessantes.

O meu problema com a ioga é a esoterização que as pessoas fazem dela. Acho ótimo meditar, adoraria conseguir (ainda não tenho essa paciência toda), mas não fico me achando mais parte do universo só porque estou sentada numa posição maluca prestando atenção na minha respiração, sabe. Não fico transcendentalizando, esoterizando, sublimando, poetizando. Pra mim ioga é só mais um jeito de se exercitar, menos traumático, mais tranquilo, menos suadouro. Só. Gosto tanto da ioga quanto do Turbo Fire, que é praticamente uma rave em forma de ginástica – ontem eu cheguei a gritar e chorar de ódio da gordura de tanto que pulei pela sala dando chutes terrivelmente fortes no ar. E acho então essa espiritualização da coisa muito chata.

Pelo visto não sou só eu: o padre Amorth, o mais famoso padre exorcista italiano (juro que não estou brincando), também acha que a ioga tem toda pinta de religião, o que pra mim é só meio babaca mas pra ele logicamente é coisa blasfema e demoníaca (a clássica moral católica do “toda religião é válida mas a minha é mais válida do que a sua”, que eu adoro – NOT.). Se bem que ele também acha a mesma coisa dos livros do Harry Potter… Pra quem lê italiano, a notícia – que só não é mais engraçada por falta de espaço – está aqui. Os comentários são espetaculares: o meu preferido é aquele que diz que bota de cano alto em perna curta também é coisa do demônio. Ri até sair sopa pelo nariz.

6 ideias sobre “eu e a ioga, a ioga e eu

  1. Falo yoga com ó aberto e escrevo com ípsilone, prefiro
    Tenho meio preguiça da mistura com a religião, mas acho os mantras lindos, adoro cantar e minha forma de yoga (Kundalini) usa e abusa deles. Acredito no fundamento básico da yoga: a unidade e conexão, comprovada cientificamente com a descoberta dos mirror neurons: http://youtu.be/t0pwKzTRG5E
    Nunca acendo incensos. Não gosto. Gostaria de ter um gongo e aprender a tocá-lo. A vibração desse instrumento é bem legal.
    Mantra, gongo e vibração são meios de estimular e ativar o conteúdo da caixa craniana: por lá não a músculos para alongar!

    • Já eu adoro incenso e não gosto do gongo. Entendo a função fisiológica do mantra mas ainda não consegui chegar lá, sou muito agitada pra me concentrar em uma coisa só… Agora, esse negócio dos mirror neuros é show, né :) Volta e meia leio algo interessante sobre o assunto :)

  2. Também acho um saco essa coisa zen da ioga. Adoro as posturas que são as que fiz a vida inteira nas aulas de alongamento (também tenha uma ótma flexibilidade), mas não tenho paciência pro incenso (que me dá vontade espirrar) nem pr’essa coisa de alcançar uma outra dimensão. Tentei fazer uma época (eu malhava horrores e tinha ioga na minha academia), mas desisti por causa do incenso. Ah, também me irrita quando os praticantes me corrigem a pronúncia. Não falo “yôga”; falo “ióga”, com um “o” aberto, bem brasileiro.

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