Hoje era o único dia da semana pro qual a previsão do tempo dava uma chuvinha besta.
Saímos tarde de casa, pra variar, e fomos diretamente pro Museum of Civilization. Como descemos do ônibus no lugar errado e tivemos que caminhar MOITO, atravessando a Alexandra Bridge cruzando com gente que sai do escritório na hora do almoço pra caminhar, com crachá e tudo, chegamos ao museu na hora do almoço. Comemos lá mesmo, um hamburger servido por uma portuguesa chamada Herundina muito sorridente.
O museu é MUITO maneiro. Primeiro porque tem aquela coisa toda que eu já falei de ver coisas novas: o foco do museu é sobre os povos que viviam no Canadá antes da chegada do homem branco e coisa e tal. Outra grande parte fala justamente da chegada do homem branco, das primeiras colônias e por aí vai. Tinha uma exposição temporária sobre o Peru INTERESSANTÉRRIMA, sobre um povo que viveu não sei quantos séculos antes dos maias, os sican (não acho o link no site do museu). E tem uma parte chamada Face to Face contando a vida de 25 personagens importantes de diferentes fases da história do país. Levanta o dedo aí quem conhece uma pessoa, uminha, importante pra história do Canadá. Pois é, eu também não sabia nada sobre esses fulanos, mas agora conheço vários. Li muita coisa interessante, vi muitas fotos ótimas, aprendi muita coisa legal. A visita foi ótima e superprodutiva.
Voltamos pra casa relativamente cedo porque o Nenad queria levar a gente ao Mer Bleu, área pantanosa a poucos minutos da cidade que é na verdade um microclima, um retalho de uma outra imensa área pantanosa no norte do país. É um lugar estranhíssimo: a água é tão ácida, mas tão ácida que não há bactérias nem insetos, então o silêncio é avassalador. Apesar da chuva forte que estava caindo até poucos minutos depois que estacionamos o carro lá, você não escutava nem os pingos das gotas caindo das folhas, porque não há nada seco que pudesse fazer barulho. Aqui e ali estranhas árvores brancas davam tchauzinho do meio do pântano, pinheiros cresciam ao lado da espécie de estradinha elevada/causeway construída pro povo passear pelo meio do bog. Um troço muito esquisito mesmo. Ali também aprendi um monte de coisa legal, saí feliz da vida.
Tínhamos combinado de jantar tailandês, mas o restaurante preferido da eowyn e do Nenad tava entupido porque tinha um evento gastronômico pra festejar o dia de combate à AIDS ou whatever. Fomos ao indiano preferido deles então. Lugar supertípico, a indiana-chefa com argola no nariz e coisa e tal, cheiro de especiarias no ar. Só que TUDO tinha coentro. TODOS os pratos. E nós odiamos coentro. Pro Mirco o coentro é o rei das “erbette del cazzo” (literalmente ervinhas de merda), e ele não pode nem sentir o cheiro. Não sabíamos, porque todas as outras (poucas, admito) vezes que comemos indiano não tinha nada disso. Eu ainda comi algumas coisas, mas o Mirco ficou no pão mesmo e quando chegamos em casa encarou leitinho com cereais. Ficamos vendo reprises de South Park até o sono bater. Fui dormir cansada.