meus pitacos cubanos

Eu bato nessa tecla há trocentos anos: a gente precisa fazer as coisas pelos motivos certos, senão cedo ou tarde dá merda. Dou sempre o exemplo, bem italiano e brasileiro, do fulano que estaciona na vaga direitinho só quando sabe que tem guarda multando, em vez de estacionar SEMPRE na vaga direitinho porque assim não incomoda ninguém. Pois isso se aplica também, a meu ver, a essa história dos médicos cubanos.

Vou logo adiantando: sou contra. Mas é aí que entra a minha teoria: as pessoas (principalmente os médicos brasileiros) são contra pelos motivos errados.

A ideia de que os cubanos sejam comunistas infiltrados pra estabelecer uma ditadura de esquerda no Brasil é risível, obviamente. Ora bolas, o Brasil é governado pela esquerda há dez anos, por que haveria de inventar infiltração de esquerda quando tudo estava indo bem (até onde eu sei esse projeto Mais Médicos é anterior às manifestações de junho)? Então não tem sentido ser contra os médicos cubanos com essa desculpa paranóica de complô comunista. Não é o motivo certo pra ser contra.

A Cora postou uma coisa interessante sobre o lance da revalida (perdi o post, catem no FB dela) – basicamente segundo ela não tem problema os médicos cubanos não terem intimidade com as modernidades da medicina porque não vão trabalhar com modernidade nenhuma lá nos cafundós do judas. Concordo em parte: se por um lado vejo com desconfiança gente formada em um país onde trocar ideias com colegas estrangeiros é complicado e onde tudo cai aos pedaços, por outro lado é verdade que lá nos buracos do tatu pra onde serão mandados eles vão precisar de bem poucos conhecimentos técnicos, já que as condições de trabalho são nível interior da Namíbia. Mas também é verdade o que alguns memes dizem, que é sacanagem não exigir um certo nível de competência dos médicos que vão trabalhar lá na puta que pariu só porque vão trabalhar lá na puta que pariu. De qualquer forma, acho que protestar contra a vinda dos estrangeiros usando o lance da revalida como argumento não tem sentido, até porque isso não ameaça os médicos brasileiros (pelo menos em teoria), que não vão lá pra puta que pariu.

Outra coisa que a Cora falou foi que a barreira linguística não é um problema. Ela cita como exemplos os Médicos Sem Fronteiras e outros profissionais que trabalham em zona de guerra. Em teoria, concordo. Na prática, não – uma necessidade IMENSA dessas áreas carentes é a medicina preventiva, e explicar uma coisa a uma pessoa que fala outra língua é muito diferente de operar um paciente baleado em zona de guerra, que está desacordado e não precisa entender nada mesmo. Eu, particularmente, tenho grande dificuldade em entender o espanhol sul-americano (não ouvi todas as variantes, mas de pelo menos uns 4 países, sim, e não entendo nada). E acho que, por uma questão de justiça até, se todo profissional de qualquer área precisa provar que fala a língua local quando vai morar fora, não vejo por que os médicos desse projeto estão livres disso. E se é verdade que a necessidade faz o ladrão, não podemos comparar a situação dos cafundós brasileiros com a de uma região em guerra. Se em caso de emergência realmente não importa que língua o médico está falando, o mesmo não pode ser dito de uma situação que é, sim, crítica, mas definitivamente longe de ser um campo de batalha. De qualquer forma, a barreira linguística pode ser contornada e não é um motivo certo pra protestar contra a vinda dos médicos estrangeiros.

Muito se fala sobre os médicos “coxinhas”, que não querem largar o conforto do eixo Rio-SP pra ir lá pra puta que pariu. Minha primeira pergunta é: por que essa cisma com os médicos? É só de médicos que os cafundós precisam? Ou é de enfermeiros, de engenheiros, de dentistas, de PROFESSORES também? Não é só uma questão de querer, mas de ser remunerado pra isso. Tenho colegas de faculdade que se despencaram lá pro fim do mundo, atraídos por salários decentes, mas simplesmente PARARAM DE RECEBER e tiveram que voltar. Você ficaria num lugar onde não há nada pra fazer, com infra-estrutura zero, condições ridículas de trabalho, sem ganhar NADA? Duvido. Minha segunda pergunta é: há algo de errado nisso? No mundo inteiro populações migram há séculos dos cafundós pras cidades. É uma coisa natural, porque ninguém quer morar em lugar bunda. Não há nada de errado em não querer ir morar em lugar bunda. Se você quer que neguinho vá pra lugar bunda, vai ter que pagar. Se não pagar, neguinho não vai. É uma equação bem simples. Aí você vem com aquela entrevista do médico cubano que diz que vai trabalhar nos cafundós por amor à profissão. E eu respondo assim: VAI PENTEAR MACACO, VAI. TO-DO mundo trabalha por dinheiro, senão não se chamaria trabalho, mas sim voluntariado. Lógico que há quem ame o que faz e consiga juntar o útil ao agradável, mas vamos combinar que são uma minoria ínfima. Lógico que há muitos médicos (e outros profissionais) que dedicam parte do seu tempo a atividades pro-bono, mas se fizessem só isso morreriam de fome. Então não me venham com essa de ir lá pra puta que pariu por amor à profissão que comigo não cola. Quem vai pros cafundós vai pra ganhar dinheiro, pra ganhar experiência, pra ganhar currículo, porque foi obrigado a ir, porque esse é o único jeito de sair do seu país (hint hint). Eu só acho o seguinte: acho pouco provável que os médicos estrangeiros fiquem muito tempo lá nos cafundós. Aposto que em breve as grandes cidades estarão cheias deles.

Quanto ao comentário da jornalista que falou que as médicas cubanas têm cara de empregada doméstica, infelizmente ela tem razão. Não sejamos hipócritas – no Brasil, onde nível social e etnia estão indissoluvelmente ligados, onde a elite é branca e onde preto só usa o elevador de serviço, ninguém olha pra uma pessoa de cor e acha que ela é formada em alguma coisa, porque de acordo com as estatísticas ela provavelmente não é mesmo. Com o lance das cotas nas universidades a tendência é isso mudar, felizmente, e espero que em um futuro próximo tenhamos médicos, advogados, engenheiros, professores universitários, jornalistas, designers negros em número suficiente pra que a sua própria existência não nos surpreenda mais. Ainda não chegamos nesse nível, mas acredito que em breve estaremos lá. Por enquanto, acho que uma coisa positiva da vinda dos médicos cubanos vai ser fazer a gente pensar no porquê de preto, no Brasil, ser sinônimo de pobre. De repente isso ajuda a mudar alguma coisa, ajuda a ficha cair, ainda mais considerando o contexto atual de manifestações e de saco cheio generalizado.

(Parênteses pra lembrar do espanto dos pacientes do Gaffrée ao serem atendidos pelo Hamilton, nosso colega angolano que passou no vestibular no Brasil, andava alinhadíssimo e era um verdadeiro lord. O impacto inicial com os pacientes era meio estranho mas ele era de uma gentileza ímpar e todos gostavam dele. Não me lembro do sobrenome pra procurá-lo no FB, infelizmente).

Muito tem se falado também sobre o corporativismo dos médicos com relação ao Ato Médico. Que querem manter o poder, que se sentem superiores e coisa e tal. Vamos fazer um pouco de matemática juntos então: pra se formar em medicina no Brasil é necessário superar um vestibular absurdamente difícil (vamos deixar de lado o fato de que vestibular é uma coisa idiota, mas é o que temos pra hoje) que dá uma bela filtrada, dar plantão por fora pra aprender na prática, fazer 6 anos puxados e mais 2 ou mais de especialização, ganhando uma ninharia e ralando que nem um corno (eu não me especializei mas todos os meus amigos comeram o pão que o diabo amassou durante residências em várias especialidades diferentes). Outros profissionais de saúde enfrentam vestibulares fáceis e fazem cursos mais curtos e menos puxados. Quem você acha que é mais preparado? Quem estudou mais ou quem estudou menos? O que eu lia de barbaridade escrita por enfermeira no meu hospital-escola não tá no gibi. Claro que há médicos incompetentes, mas se uma pessoa que estudou esses anos todos pode sair um profissional ruim, imagine quem estudou a metade disso. Minha experiência real dentro da medicina foi curta, mas naqueles 4 anos de hospital (os 2 primeiros são teóricos) eu vi o suficiente pra nunca querer ser diagnosticada por outro profissional de saúde que não seja um médico, e mesmo assim olhe lá. Vejam bem, não é questão do médico ser ótimo e os outros uns merdas, é uma questão de um sistema educacional que é simplesmente um cu. Num país decente, todos os profissionais de saúde teriam ótima formação e poderiam perfeitamente dividir poder e responsabilidades. Não sou contra o Ato Médico a priori; sou contra o Ato Médico no Brasil, onde delegar poderes desse nível a quem não teve a oportunidade de se preparar pra isso, porque o sistema educacional é um cu, é ideia de jerico. Vai dar muita merda isso aí. Geral iatrogenia, uhuuuu.

Uma vez paramos pra abastecer em um daqueles plazas ao longo da estrada, aqui na Itália. Descemos do carro pra esticar as pernas e vimos uma placa – oficial, não improvisada – avisando pra não comprar objetos dos vendedores ambulantes porque costumam ser itens roubados. Na hora pensei: então assim, a solução deles pro problema dos roubos é avisar pra neguinho não comprar? O certo não seria IMPEDIR AS PORRAS DOS ROUBOS? Essa solução de importar médicos, a meu ver, segue essa linha de raciocínio. Porque o problema certamente não é falta de médicos nos cafundós, é o fato de que os cafundós são tão cafundós, e as verbas são tão desviadas, que ninguém quer ir pra lá. E aí você resolve importando médicos? Isso é solução desde quando? Pra mim isso é que nem botar placa avisando que uma estrada é esburacada, em vez de TAMPAR AS PORRAS DOS BURACOS. Ah, sim, mas a necessidade de médicos nos cafundós é urgente, urgentíssima, então tem que tapar o buraco de alguma maneira antes de resolver a causa do problema – não é urgente urgentíssima porque a situação lá pra cima sempre foi precária, e com a presença de médicos importados aí sim é que nada vai mudar mesmo. Colocada a placa, considera-se o problema resolvido, deixam-se os buracos, e os desavisados que se desviem. Legal, né.

A solução pra TO-DOS os problemas do Brasil é uma só: NEGUINHO PARAR DE ROUBAR. Porque não adianta o governo federal mandar verba que depois some. Vou desenhar, mesmo sendo repetitiva: o problema não é faltar médico que queira ir pros cafundós, o problema é a existência dos cafundós. Não deveriam existir cafundós, entenderam a diferença? É só por isso que sou contra a vinda dos médicos, cubanos ou de onde quer que sejam: não vão resolver o problema PORQUE O PROBLEMA NÃO É FALTA DE MÉDICOS, O PROBLEMA É QUE NEGUINHO ROUBA TANTO QUE TUDO QUE NÃO SEJA RIO E SP VIRA UM CAFUNDÓ DO JUDAS. Vai acabar o programa e aí? E aí? Resolveu-se o quê? E mesmo enquanto o programa estiver rolando, vai haver alguma providência anti-cafundó, na opinião de vocês? Ou será que os prefeitos, deputados, governadores ladrões, responsáveis pelo cafundosismo dos lugares que administram, vão considerar a vinda dos médicos importados como as placas avisando sobre os buracos, uma desculpa pra continuar não fazendo o que precisa ser feito? Algo me diz que a segunda opção é mais provável.

12 ideias sobre “meus pitacos cubanos

  1. Oi Leticia, tudo bem? Tentei achar seu e-mail para te escrever mas não encontrei. Eu gostaria de te pedir uma ajuda! Eu estou desenvolvendo uma pesquisa para meu trabalho de conclusão do curso de Comércio Internacional na Universidade de Caxias do Sul (RS). O assunto abordado é sobre mulheres que construíram suas carreiras no exterior, destacando principalmente questões como preconceito, dificuldades e características do trabalho em outro país. Eu gostaria de saber se você pode me ajudar concedendo uma entrevista/respondendo um questionário sobre esse assunto, baseado-se na sua experiência. Agradeço muuuuito se vc puder me ajudar! Meu e-mail é brunabertin@gmail.com. Um abração! Bruna.

  2. Só agora tive tempo de ler, são bons argumentos, mas não mudaram a minha opinião de ser a favor da vinda dos médicos cubanos. Nem que seja apenas pelo motivo de se mostrar uma abordagem e maneira diferentes de trabalhar. E que sim, doutor não precisa ter cara típica de doutor ( branco, classe média etc). Parar de roubar resolveria não este, mas TODOS os problemas do Brasil, mas como não somos a Escandinávia, é o que temos.

  3. Concordo com quase tudo. De fato, me espanta como se repisa um suposto egoísmo de médicos que não querem trabalhar no interior, como se esses profissionais – e apenas eles – devessem alguma coisa à sociedade pelo privilégio de poder estudar medicina.

    Por outro lado, você fala em falta de pagamento; porém, em geral, essa situação ocorre quando se trata médicos municipais – e, quanto a isso, o governo federal não tem ingerência direta.

    Você não chega a mencionar a precariedade das condições de trabalho como justificativa para a ausência de médicos no interior. A meu ver, mesmo com hospitais ótimos, poucos iriam, pois, como você disse, o problema é a própria falta de infraestrutura geral, não apenas do local de trabalho. Além do mais, hospitais públicos nos grandes centros urbanos também não costumam seguir um modelo suíço, mas neles não faltam médicos.

    Acho que são cabíveis, ainda, duas observações.

    A primeira, quanto à sua afirmação de vinda de médicos (que não se restringem a cubanos, diga-se) seria uma indesejável medida paliativa. Não acho. A população do interior não pode ficar refém da possibilidade de criação de centros urbanos cosmopolitas que possam atrair médicos, o que pode levar décadas. Talvez até mesmo a presença de médicos acabe por ajudar a viabilizar um crescimento econômico. É óbvio que só a vinda dos médicos não adianta, mas, ainda que houvesse um empenho maior em levantar essas regiões, ainda assim esses médicos seriam necessários – muito embora eu concorde que o modelo de seleção não foi o mais apropriado. Eu até acharia de bom tom se essa vinda de médicos sem revalidação constituísse uma medida pré-cautelar, de modo que eles ficassem aqui até a entrada de médicos estrangeiros com revalidação e, de repente, com vínculo direto com o Brasil (se bem que não sei bem se isso seria positivo).

    A segunda: esses médicos estrangeiros só podem atuar nos lugares para onde foram lotados. Claro, se vai haver fiscalização ou não são outros quinhentos, mas, considerando que a prática é criminosa e que um médico com sotaque espanhol atuando no centro de São Paulo seria de fácil detecção, não acho que isso vá ocorrer com frequência.

    O problema do comentário da jornalista é que parecia que ela não confiava naqueles médicos pelo fato de serem negros. Não sei se foi bem isso o que ela quis dizer, porque ela especificamente se referia aos e postura, o que é algo bem diferente.

    • De fato, não falei do governo federal e me referi a prefeitos, governadores e deputados ladrões porque sei que a verba sai, mas não chega. E pra acabar com isso é verdade que o governo não tem ingerência direta, mas também é verdade que alguma coisa precisa ser feita – QUALQUER COISA – a respeito.

      Quanto aos hospitais dos grandes centros, onde não faltam médicos, acho que não é só a atração pela cidade grande que faz com que os profissionais queiram ficar. Numa cidade isolada lá nos cafundós do judas fica mais fácil desviar dinheiro e deixar de pagar os médicos dizendo que o dinheiro acabou. Vão reclamar com quem? Com o cacique da aldeia vizinha? Com o jagunço do dono da capitania hereditária? Não rola.

      A população do interior é refém da falta de médicos desde 1500. Não é uma zona de guerra; é LÓGICO que a população precisa de médicos, mas não é uma situação de emergência emergencíssima tornado tsunami guerra civil pandemia zumbi que justifique esse corre-corre pra implantar médicos sem revalida, sem treinamento, sem certificação de conhecimento da língua, sem nada. E não acho que precisa esperar que se criem centros cosmopolitas; bastariam serem cidades vivíveis. Porque não há a menor condição de morar no interior no Brasil. As cidades não precisam crescer. Precisam deixar de ser cafundós do judas e se transformarem em lugares vivíveis, com infra-estrutura decente, com boa qualidade de vida.

      Se é crime atuar em outros lugares, a coisa muda de figura, embora fiscalização no Brasil seja um negócio complicado. O tempo dirá que bicho que vai dar.

      O problema do comentário da jornalista é que ela tem razão. Ela tem razão porque quando vemos negros pensamos em empregadas domésticas, em seguranças, em traficantes. E o problema é exatamente esse – é a gente associar imediatamente pele branca com postura, elegância e classe e pele negra com molambice, pobreza, ignorância. Só que a gente só vai parar de fazer essa associação imediata quando houver muitos, muitos negros com bom nível de educação e ganhando salários decentes, ocupando cargos importantes, fazendo descobertas científicas significativas, administrando, ensinando, coisa que atualmente não acontece – por isso mencionei as cotas. Quando numericamente essa situação mudar, vai ter que mudar o nosso modo de pensar também, necessariamente e naturalmente. Certos ranços são difíceis de apagar, mas tenho esperança.

      • Mas aí é que tá… o governo federal não tem como acabar com a corrupção regional para que as obras de infraestrutura cheguem, sobretudo porque o próprio congresso nacional também é podre e não passa qualquer lei assim.

        Então, que medidas concretas poderia a União tomar para melhorar a situação? Sob esse prisma, a medida me pareceu adequada, ainda que de forma um tanto oblíqua.

        Afinal, mesmo que não haja mais corrupção no poder executivo federal a partir de amanhã, ainda assim essas regiões continuarão um lixo. Mesmo com a melhor das intenções e os melhores Presidentes da República possíveis, décadas vão se passar antes que a situação melhore no interior por conta da politicagem envolvida.

        O problema com a observação da jornalista não foi seu espanto pelo fato de os médicos serem negros, mas o fato de ela não confiar num médico que se pareça empregado doméstico.

        A meu ver, tal comentário só seria justificável *se* ela estivesse se referindo aos trajes, porte e chinelo de dedo, como ela afirmou em resposta a um comentário.

        Por outro lado, se ela quis dizer que um médico não pode ser competente por ser negro – e não duvido que tenha sido essa a real intenção -, aí é preconceito da pior categoria.

  4. Concordo com quase tudo, mas não concordo que trazer os médicos não adianta nada. Pode não adiantar a longo prazo (não vai resolver o problema de verdade, é só tapa-buraco) mas pra pessoa que precisa do médico e vai ter o médico lá, adiantou. E vamos combinar que um médico não é um negócio supérfluo, do tipo fica esperando aí enquanto a gente decide se acaba com a corrupção no Brasil ou não até poder trazer alguém pra te atender. Claro que esses médicos estão vindo porque tem que ir mesmo não tem escolha, e claro que cada um mora onde quiser, essa coisa de que os médicos TEM que ir trabalhar no quinto dos infernos é ridícula. Cada um trabalha e mora onde quer, ué. Mas se não tem ninguém que queira, tem mais que trazer alguém que esteja a fim. O que não pode é deixar sem (e sim, sim, concordo com tudo o que você falou com as condições, mas isso não muda o principal: que tem uma pessoa lá precisando de um médico hoje, não daqui a sei lá quantos anos). E claro que é muito fácil fazer um acordo desses com Cuba, já que eles podem obrigar quem eles quiserem a ir, ao invés de fazer com um país onde as pessoas podem escolher pra onde vão. Mas enfim, é o tipo de coisa que a gente discute no conforto dos nossos lares modernos enquanto tem gente morrendo por coisas idiotas porque não tem um médico pra limpar uma ferida…

    • Lu, nao acho que trazer médicos nessa situação resolva qualquer problema. Independentemente de onde ele venha ou do quão a fim esteja de trabalhar nos cafundós. Sei que a população precisa. Mas não adianta ter médico sem enfermeiros, auxiliares, motorista de ambulância, técnicos de radiografia… Isso só pra falar em recursos humanos, sem mencionar estrutura tecnológica e afins. Não adianta botar o fulano lá sozinho, como se fosse o super-homem!

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