potocas botenses

– Essa semana finalmente saiu o Superenalotto acumulado: quase 150 milhões de euros foram pras mãos de um fulano que mora em uma cidadezinha de 5.000 habitantes na Toscana. Apesar do buraco em que ele (ou ela) mora, ninguém sabe quem é o vencedor, mas isso não impediu os zilhões de boatos sobre possíveis milionários, incluindo o dono da casa lotérica – e não preciso nem dizer que esses pobres coitados estão submersos em cartas, telegramas, emails, SMSs e recadinhos mil pedindo dinheiro emprestado. Neguinho é foda, vou te contar.

– Pra minha mãe, que acha que eu exagero quando digo que a escola italiana é uma bela merda: a qualidade das redações das provas de admissão pras faculdades aqui é tão, mas tão ruim que uma das maiores universidades de Roma resolveu fazer aulas de alfabetização nas férias – o nome é esse mesmo, “lezioni di alfabetizzazione”, um intensivão de gramática e ortografia. E antes que alguém pergunte: não, o curso NÃO é pra estrangeiros.

– Vários problemas diplomáticos rolando com Malta por causa dos barcos cheios de imigrantes africanos que chegam à ilha de Lampedusa, uma merrequinha que pertence à Sicília mas fica mais perto da África que da Itália. O lance é que a guarda costeira maltesa normalmente é a primeira a avistar os barcos, e o que faz? Dá de presente uns salva-vidas, aponta com o dedo pra um ponto longínquo no horizonte e diz “a Itália fica ali, ó”. Os barcos, cheios de africanos sub-saarianos mortos de fome e de insolação, chegam à microscópica Lampedusa ostentando os salva-vidas malteses, logicamente deixando as autoridades italianas muito putas da vida. Essa semana a Itália vai se queixar formalmente com Bruxelas, pedindo ajuda oficial à União Europeia. Quero só ver no que vai dar.

– Começou o Ramadam, o mês em que os muçulmanos tem que jejuar até as oito da noite. Pra deixar a coisa ainda mais ridícula, se é que isso é possível, os coitados não podem nem beber água, que, como até o Leguinho sabe, não é alimento. Mas enfim. O resultado é que andam todos por aí exaustos, fracos, desidratados porque o calor realmente tá foda, e com hálito cetônico (o famoso bafo de fome). Vamos lá todos juntos repetir o mantra: religião é uma merdaaaahmmmmmmmmmmmmm religião é uma merdaaahmmmmmmmmmmm…

– O atleta italiano que ganhou medalha na maratona no ano passado em Pequim não terminou a prova no Mundial de Atletismo de Berlim esse ano. Teve caganeira. Coitado, deve ser horrível, mas que é engraçado, é.