campanha de utilidade pública

Desde a semana passada ando absolutamente atolada de trabalho, a ponto de ter que parar dois dias por um início de tendinite no polegar esquerdo. Tem um grande projeto rolando, uns manuais infinitos de montagem de umas tendas usadas como hangar pelo exército, que até não são tão chatos. O chato é o que estou fazendo agora, o manual de uma máquina de esmaltar azulejos. Primeiro que é repetitivo PRA CACETE, coisa de quem não sabe escrever mesmo e fica dando voltas, repetindo coisas, mudando a ordem dos elementos da frase repetida achando que isso é enfatizar bem. Já devo ter traduzido versões diferentes de “todos os funcionários devem ter lido este manual” umas vinte vezes, em um manual com 21 páginas.

Mas o problema não é tanto isso. O que está me dando urticária é que TODAS AS FRASES TÊM VÍRGULA ENTRE O SUJEITO E O PREDICADO. Pelamordetolkien, se não sabe escrever, não escreva! Pague alguém pra fazê-lo por você! Por favor! Isso acaba com a saúde de qualquer tradutor, juro.

Bom, pelo menos italiano não tem crase. Se tem uma coisa que me dá princípio de acidente vascular encefálico é ler “à Londres”, “à eles”, “à uma loja”. Cara, na boa, crase só fica complicada quando o verbo tem regência estranha, mas nos que usamos cotidianamente não tem NADA de complicado, vamos combinar. Na dúvida, não use. Não ponha acento nenhum. Salve a vida de uma tradutora/leitora.