bichos

Eu me dou relativamente bem com insetos. Só não gosto mesmo dos domésticos que enchem o saco, leia-se formigas, baratas, moscas e mosquitos. De resto não tenho grandes problemas – mas claro que quando um besouro vem voando na minha direção aquela aceleradinha da freqüência cardíaca rola – e também não tenho horror a outros bichos tipo aracnídeos em geral, lagartixas etc. Aqui em casa tem duas aranhas, o Geraldo e o Paolo (em italiano aranha é masculino, por isso dei nome de homem), que chegaram aqui pouco depois que nos mudamos. Vou limpando as teias que eles abandonam, com seus casulos vazios de jantares mosquíticos, mas os deixo quietos. Super amigos.

Depois tem as abelhas, das quais já falei. Acho abelha o máximo. Aliás, acho todos os insetos sociais o máximo, fascinantes, desde que não venham pra cima de mim, lógico. Continuo podando as flores à noite quando as abelhas estão mimindo, mas quando saio pra varanda de manhã cedo, pra primeira regada, não posso deixar de sorrir ao vê-las todas entretidas com os meus cravos.

Só que esse verão tá pior. Não estamos no térreo e por isso as moscas e mosquitos são poucos, mas o que tem de bicho esquisito invadindo a nossa casa não tá no gibi. Aquelas mariposas pequenininhas e achatadas, que ficam grudadas na parede parecendo uns adesivos, estão particularmente à vontade aqui no escritório. Volta e meia acho minhoquinhas ou centopéias no chão da sala, umas primas do bicho-bola, porque quando eu encosto nelas com um pedaço de papel pra levá-las lá pras plantinhas elas se enroscam todas. A horta da Arianna foi invadida por formigas que fazem casas subterrâneas tão grandes que se acontece de estar perto das raízes de uma planta, com a erosão a coitada não agüenta e cai – os arbustos de lavanda são particularmente suscetíveis, aparentemente. Outro dia achei um besouro GIANT no nosso banheiro, lindo, verde metalizado. O lance é que normalmente essa bicharada toda fica letárgica durante o inverno longo e frio, mas o último inverno não foi nem uma coisa nem outra, e aparentemente todo esse povo que deveria ter ficado dormindo, com o metabolismo lá embaixo, ficou acordadão e, sem nada melhor pra fazer, se reproduziu. Então agora não temos só os acordados, mas os acordados e a sua prole. É uma coisa impressionante.

Repito: de modo geral esses bichos não me incomodam. O meu problema, senhores, são as vespas. ODEIO vespa. O-D-E-I-O. E não sei o que é que esse nosso prédio tem que as vespas AMAM. No verão passado a vizinha de cima, a “soldada” que marcha dentro de casa com sapato de salto alto o dia inteiro, teve que chamar uma empresa especializada, porque quando ela percebeu o vespeiro pendurado no teto da sua varanda ele já estava grande feito um melão e não dava pra encarar com Baygon e vassoura, que é o que eu faço. Eu também destruí umas duas proto-casas de vespas. Esse ano já foram três, uma no meio dos cravos, uma no meio do alecrim – que sacrilégio! – e uma pendurada na varanda da soldada. Eu fico morrendo de pena, porque, coitadas, dá um trabalhão danado e tal, é bonitinho, aqueles buraquinhos todos perfeitinhos, com as tampinhas brancas e uma pré-vespa dentro cochilando e comendo, mas pô, não dá, né. Afogo todo mundo com Baygon, dou uma vassourada na casinha, e depois que todas as vespas estão mortinhas da silva é que eu vou lá varrer tudo e jogar no lixo. Estar no topo da cadeia alimentar tem suas vantagens, after all.

o tempo não pára

Aproveitando as promoções da Amazon, tenho comprado muitos DVDs baratérrimos. A fornada que chegou hoje tem The Untouchables, Run Lola Run, Master and Commander, The Last of the Mohicans*, X-Men 3. Vejo enquanto estou trabalhando, porque senão morro de tédio e não consigo ficar mais de vinte minutos sentada na cadeira.

Estou vendo The Untouchables agora. Adoro. A gente fica tão acostumado com esses filmes mais clássicos que esquece o quanto são velhos. O Kevin Costner era um garotinho! E o Andy Garcia, que pitéu, hein. Que-pi-téu. O único porém, além da altura, é aquele peito peludo hediondo, mas de resto, vem pra mim, vem.

Junto com os DVDs chegou Neuropath, sobre o qual já devo ter lido umas vinte críticas positivas na rede. Estou curiosíssima, mas como tenho trabalho pro fim de semana inteiro e duas provas semana que vem e uma na outra, acho melhor não começar agora, pra não ficar completamente viciada e não conseguir fazer mais nada além de ler. Assim que passar esse furor de trabalho e estudo, vou atacar a minha biblioteca with a vengeance. Preparem-se para muitas resenhas.

*O livro dos Moicanos é chatérrimo, mas eu AMO o filme e não me canso de revê-lo. Além da trilha sonora e da fotografia fantásticas, tem uma das minhas cenas preferidas do cinema EVER EVER EVER, quando a irmã loura se joga do penhasco em vez de aceitar ser prisioneira daquele índio horroroso com acne. A música no clímax e a expressão dela logo antes de se jogar são de arrepiar todos os pelinhos do braço. Se você não se lembra, dá um pulo na sua locadora e depois me diz se não tenho razão.

a planta

Vocês lembram da planta azul extra-terrestre, né. Eu falei que tirei foto das flores fosforescentes do ano passado, mas não estou achando. Mas observem o ritmo de crescimento da bichinha em 2006, 2007 e agora.

Quando comprei (1 euro a mini-muda) era assim, em junho de 2006.

Em junho de 2007 ela já tava assim.

E esse ano, completamente descontrol, uns 10 cm pra fora do vaso.

Não reparem na luz; não sei tirar foto direito. Ela agora tá menos azul, mas é sempre muito bizarra. Parece o Perito Moreno. Não tá com cara de que vai dar flores, o que é uma pena, porque as flores também são MOITO alienígenas.

aaaaaaaaaaaaah

Ontem à noite fomos com Gianni e Chiara tomar sorvete em Perugia. Aqui é bem normal encarar estrada e muitos quilômetros pra comer fora, e pra quem já veio pra cá é perfeitamente compreensível, visto o número infinito de lugares com comida maravilhosa. Essa sorveteria é especial; quem deu a dica foi a Roberta, irmã do Gianni que tá morando em Turim. Vale todos os quilômetros pra chegar até Perugia e o perrengue pra estacionar. Confiram vocês mesmos (e pra quem estiver em Paris ou NY, vá dar uma olhada).

êeeeeeee!

Vocês sabem que eu adoro um presente.

A Raquel, que no ano passado me mandou uma bolsa daquelas quadradas de lona (só que essa é muito maneira, com uma reprodução de uma pintura na frente; vou com ela pra faculdade todos os dias), dessa vez me mandou um caderno.

Eu adoro cadernos. Sou cadernófila. Tenho dúzias, grandes, pequenos, coloridos, não coloridos. A maioria sem nada escrito (ainda). Digamos que cadernos são uma das poucas coisas, se não a única coisa, que eu me permito ter só por ter, e não necessariamente pra usar.

Vejam se não é uma coisa:

Brigada, Raquel : )))))))))))))