Nao to entendendo esse inverno. Primeiro faz um frio cavalar, depois essas temperaturas invernais cariocas! Hoje sai so de malha de la por cima da blusa, e morri de calor. Fui até correr antes do almoço, de manga curta! Eu to achando otimo, claro, porque odeio frio (falo disso amanha, hoje tenho coisa pra fazer), mas o pessoal, mesmo achando a temperatura agradavel, acha, com razao, que essas perturbaçoes climaticas birutas nao podem ser sinal de boa coisa. Fora o fato que alteram o curso normal das plantaçoes, ou seja, pode ser que esses dias de sol e relativo calor causem problemas aos cultivos de coisas invernais, como o radicchio. Nos, brasileiros, que desconhecemos grandes variaçoes climaticas e por isso nao damos trela ao tempo que faz hoje ou amanha, nao costumamos prestar atençao a essas coisas. O tal do veranico no meio do inverno é so uma encheçao de saco; o calor excessivo num verao particularmente quente é so outra encheçao (pra quem tem que trabalhar, é obvio). Aqui, como em qualquer lugar onde variaçoes climaticas mudam a vida de um pais e de seu povo, a coisa toda ganha outras dimensoes. Engraçado isso.
Arquivo mensais:janeiro 2004
Eu ia voltar a escrever sobre os Brasileiros Chatinhos que Moram na Alemanha e Se Acham OOOOS Alemães, que voltaram a atacar, enchendo o saco da coitada da Debora e o meu também, mas não vou não. Cansei de verdade.
A pedidos:
Detalhe que semana passada, levado pelo safado do Demo, meu cachorro foi parar lá no alto de Assis! Relato de Arianna:
“A senhora que os encontrou fez a gentileza de botá-los no carro e levá-los até a estação, perto de casa. Estou eu parada na estação esperando quando vejo um carro com duas pessoas dentro e o Demo atrás. Quando chegou mais perto vi que quem estava no banco do carona não era uma pessoa, mas o Leguinho, todo sério e empertigado.”
Esse é o meu cachorro maria-gasolina! :)
Eu ia voltar a escrever sobre os Brasileiros Chatinhos que Moram na Alemanha e Se Acham OOOOS Alemães, que voltaram a atacar, enchendo o saco da coitada da Debora e o meu também, mas não vou não. Cansei de verdade.
A pedidos:
Detalhe que semana passada, levado pelo safado do Demo, meu cachorro foi parar lá no alto de Assis! Relato de Arianna:
“A senhora que os encontrou fez a gentileza de botá-los no carro e levá-los até a estação, perto de casa. Estou eu parada na estação esperando quando vejo um carro com duas pessoas dentro e o Demo atrás. Quando chegou mais perto vi que quem estava no banco do carona não era uma pessoa, mas o Leguinho, todo sério e empertigado.”
Esse é o meu cachorro maria-gasolina! :)
Ah, e ontem finalmente consegui por as maos no ultimo presente da Marcia Aguiar, que tinha mandado o pacote pro endereço velho do escritorio, ou seja, a casa do chefe: Women in Love, de D. H. Lawrence! Adorei, porque do reveillon pra cah jah li o espetacularrrrrrrrrrrr 1984 (George Orwell) e estou na metade de The Scarlet Letter (Nathaniel Hawthorne), e depois nao tenho mais nada pra ler! Esses dois ultimos eu comprei na maior livraria aqui da Zona, com a Carmen, no dia de folga que ganhei quando o pai do Chefe Idiota morreu. Comprei também Charlie and the Chocolate Factory, de um dos meus autores preferidos, Roald Dahl, Atonement, de Ian McEwan, e Animal Farm, também de George Orwell, que eu nunca tinha lido (foi mal, tenho algumas grandes lacunas literarias).
Mas quando eu acabar o Women in Love o que é que eu vou lerrrrrrrrrrrrr?
Ah, e ontem finalmente consegui por as maos no ultimo presente da Marcia Aguiar, que tinha mandado o pacote pro endereço velho do escritorio, ou seja, a casa do chefe: Women in Love, de D. H. Lawrence! Adorei, porque do reveillon pra cah jah li o espetacularrrrrrrrrrrr 1984 (George Orwell) e estou na metade de The Scarlet Letter (Nathaniel Hawthorne), e depois nao tenho mais nada pra ler! Esses dois ultimos eu comprei na maior livraria aqui da Zona, com a Carmen, no dia de folga que ganhei quando o pai do Chefe Idiota morreu. Comprei também Charlie and the Chocolate Factory, de um dos meus autores preferidos, Roald Dahl, Atonement, de Ian McEwan, e Animal Farm, também de George Orwell, que eu nunca tinha lido (foi mal, tenho algumas grandes lacunas literarias).
Mas quando eu acabar o Women in Love o que é que eu vou lerrrrrrrrrrrrr?
Fui despedida hoje, por injustissima causa e pinimba do Chato Bafudo. Achei otimo. Nao tem coisa pior do que passar um terço da sua vida fazendo um trabalho que voce odeia, pra um chefe que voce absolutamente abomina, e ainda por cima ganhando pouco.
Agora é achar outra coisa, preferivelmente part-time, pra poder me dedicar aos estudos. Preciso voltar ao meio academico, vai que essa inguinorança da roça é contagiosa e eu fico monga que nem eles!
Fui despedida hoje, por injustissima causa e pinimba do Chato Bafudo. Achei otimo. Nao tem coisa pior do que passar um terço da sua vida fazendo um trabalho que voce odeia, pra um chefe que voce absolutamente abomina, e ainda por cima ganhando pouco.
Agora é achar outra coisa, preferivelmente part-time, pra poder me dedicar aos estudos. Preciso voltar ao meio academico, vai que essa inguinorança da roça é contagiosa e eu fico monga que nem eles!
osceno!
Dario Argento, incompetente del cavolo, MA COME CACCHIO FAI A PRESENTARE AL MONDO UNA CAVOLATA COSI’ GROSSA COME “IL CARTAIO”? Che figura di merda! E’ il film più brutto e stupido che abbia mai visto in vita mia, una grandissima presa per il culo! Ma che pensi, che la gente è stupida? (sì che lo è, ma cazzo, mica così tanto!) E poi in inglese! Ma che, hai intenzione magari di venderlo all’estero? Con quell’audio del cavolo e il probabile inglese del cavolo degli attori di merda? Al cinema brontolavano tutti in continuazione, ne uscivano tutti incazzati, “osceno, osceno”, “mamma mia, che figuraccia”. Per carità! Un po’ più di rispetto per la gente che va al cinema e ti da da mangiare!
Ecco.
Srbija
Vamos lá.
Como foram oito dias de não fazer absolutamente NADA, nem de ver absolutamente NADA de interessante, não vou fazer um relato da viagem, mas das minhas opiniões sobre a cidade que visitei. Sei que uma cidadezinha de 2000 habitantes, cuja maioria mora em outros países europeus e só volta pra lá no Natal, na Páscoa e no verão, não basta pra julgar um país inteiro. Não conhecemos Belgrado a neve e o gelo na estrada não permitiram. Dizem que é bonita, mas eu juro que a essa altura do campeonato não acredito.
Vou colocar a pronúncia das palavras entre parênteses. A sílaba tônica, quando eu souber qual é, evidencio em negrito.
O lugar
Pra quem não lembra, a Sérvia é um dos muitos países fodidos que apareceram depois da fragmentação da ex-Iugoslávia. Os outros países são Croácia, Montenegro, Macedonia, Bósnia Herzegovina, e Eslovênia. A Croácia parece ser o mais civilizado, provavelmente porque tem uma longa costa, que é destino de férias de muitos italianos. Boa parte desse litoral croata um dia pertenceu à república de Venezia, e muitas cidades têm nomes em italiano.
Sérvia, na língua eslava, se diz Srbija (Srbía).
Nós ficamos em Majilovac (Maiílovats), a uma hora de Belgrado. Tem uma rua principal, dois bares, dois mercadinhos, um cemitério, e mais nada. A rua principal é a única asfaltada; todas as outras são um lamaçal só, e impraticáveis a pé. As casas são grandes, muito grandes, espalhafatosas, cafonamente luxuosas. Todas pertencem a gente que deixou a Sérvia e mora na Itália, na Áustria, na Alemanha. Os muros e cercas são TODOS, TODOS tortos, em pelo menos uma das três dimensões.
Eu lembro que achava as casas estranhas mas custei a entender o que estava errado: há um excesso de janelas, de colunas, arcos, varandas, meias-águas. Parece que há uma competição entre os vizinhos: aaaah, a minha casa tem mais janelas que a suaaaaaa… As cores? Vimos casas azuis, amarelo-canário, rosa, lilás. LILÁS.
São todas casas complicadas; as janelas são desniveladas, denunciando a quantidade de andares dispostos loucamente dentro das casas. Tem sempre um anexo, um andar adicionado depois da casa pronta, uma outra casinha dentro do quintal, essas coisas estranhas. Mil portas, portinhas, corredores, escadas, passagens.
Os carros são todos velhos, a não ser os do pessoal que mora fora, e os melhores têm placa da Áustria. Ninguém usa cinto de segurança.
Fuma-se em tudo que é lugar, até no cinema ah, não, no cinema só é permitido fumar nos intervalos… Como se a fumaça não ficasse ali acumulando. Coisa ridícula. Fumante é idiota em qualquer lugar do mundo. Não há sistema de circulação de ar em lugar nenhum. Do lado de fora do bar não é possivel reconhecer quem está dentro, por causa da fumaça. Dois minutos são o suficiente pros olhos começarem a lacrimejar (nós contamos o tempo, não é paranóia anti-tabagista minha). Respirei mais fumaça nesses 8 dias do que em toda a minha vida.
O lugar civilizado mais próximo é Poarevac (Pojarevats; o tem um som entre o z e o j), a 17 quilômetros de Majilovac, e cidade natal do Milosevic.
A cidade é grandinha, tem um pouco de tudo pouco mesmo. As ruas SEMPRE enlamaçadas, mesmo as asfaltadas. As lojas são de uma cafonice ímpar, não importa o que vendam: móveis, eletrodomésticos, roupas, joias, é tudo horroroso. As vitrines são todas empoeiradas, os logotipos e as fontes são antiquados, é um lugar que parou no tempo.
O único cinema não é exatamente um cinema, mas uma locadora de vídeo, aliás bem completinha, com uma pequena sala de projeção. Mostram um filme por semana, e há poltronas com mesinhas onde você pode comer e beber enquanto assiste ao filme. Saída de segurança? Nem pensar. Três blackouts enquanto assistíamos a Scary Movie 3. O filme da semana que vem é o Retorno do Rei o rei só nao retornou ainda aqui no Burundi, impressionante. Só dia 22 mesmo.
Indo na direção oposta, há uma outra cidadezinha chamada Veliko Gradite (velico gradishte), que é bem mais bonitinha, mas não tem praticamente nada além de uma bela vista pro Danúbio e pra Romênia, ali pertinho. Ali perto há um lago, Srebrno Jezero (lago de prata, srebrno iezero), com muitas mansões de verão em volta, bares, restaurantes, hotéis, que teoricamente ficam lotados durante o verão. O lago é artificial, formado a partir de um desvio do Danúbio, que passa por Belgrado e por várias cidadezinhas do interior.
Mirco foi cortar o cabelo e fazer a barba duas vezes em Gradite. O barbeiro tem um quiosque com duas cadeiras e uma pia (não cuba pra lavar a cabeça, pia mesmo). Há duas ajudantes, que estão ali pra aprender a profissão. Há três cadeiras pra quem está esperando a sua vez. Fuma-se o tempo todo. Enquanto esperamos, fomos tomar um café no bar-hotel Vegas, de propriedade de mafiosos locais. Quando chegou a nossa vez, a estagiária mais nova atravessou a rua e veio nos chamar. O cara trabalha rápido, é muito eficiente, e só cobra 110 Dinar (mais ou menos 3 euros).
A língua
Eles falam uma língua eslava, difícil de explicar com que coisa se parece. Muitas palavras terminadas em vogal, mas também muitos encontros consonantais malucos, pra nós impronunciáveis. Escreve-se tanto em alfabeto latino, com aqueles acentos doidos sobre (ou sob) as consoantes, lembrando o turco, quanto em alfabeto cirílico, que é belíssimo. A língua eslava não tem nada a ver com o russo, mas a maioria da população entende russo porque foi obrigada a estudá-lo por 4 anos na escola.
Pequeno micro-mini-dicionário sintético-reduzido sérvio-português:
Da sim
Ne (né) não
iveli (jiveli) tchin tchin (eles brindam O TEMPO TODO)
Polako devagar
Malo pouco
Veliko grande
Kokoska galinha
Porcil porco
Hvala (rvala) obrigado
…continua…
Dia longo, tempo curto, dor de cabeça incapacitante, pés gelados, cabelos curtos, farinha de mandioca comprada. O post sérvio fica pra amanha.