Pois é, entao, sabado foi realmente dia de porchetta. Enquanto o Mirco foi a um enterro, eu fiquei ajudando a pegar mesa e cadeira emprestadas do vizinho, limpar as cadeiras, catar pratinho de plastico, varrer o chao da garagem, e todo o tipo de atividade envolvida em eventos sociais deste tipo. E aih começou a chegar gente, chegar gente, chegar gente, e realmente juntou uma bela cabeçada. Tudo isso foi pra comemorar o aniversario do Ettore, o pai do Mirco, que é hoje. Mas foi super divertido. Metade dos velhos (sim, porque aqui soh tem velho, né. De criança soh tinham tres, das quais dois eram gemeos.) eu conhecia do funeral do avo do Mirco, entao soh a outra metade ficou me olhando como se eu fosse bicho no zoologico. Ser a unica extra-comunitaria da cidade dah nisso ;) Nao que eu me incomode, jah me acostumei, e acho até engraçado. Mas enfim.
Enquanto me explicavam como se faz a tal da porchetta, formulei uma teoria gastronomica revolucionaria: italiano é meio chines, eles comem praticamente de tudo. Desde urtiga até orelha de porco. Pois bem. A porchetta nada mais é do que o porco desossado e enrolado como um tapete, posto pra assar por horas a fio. Fica uma delicia, e se come como recheio de sanduiche (num pao obviamente sem sal. Alias, o conceito de pao aqui na Italia deixa muito a desejar, embora todos os outros tipos de massa sejam espetaculares). Uma delicia! Mas lah pras dez e meia eu nao me aguentava mais em pé de sono (porque tinha acordado cedo pra ir a Perugia malhar, isso é que é vontade!) e estava morta, e fui dormir. Mas escutei a farofada lah embaixo até tarde da noite.
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Aih, ontem à noite, fomos ao cinema mais proximo, na cidade de Bastia aqui do lado (cinema administrado pelo governo, porque o publico é pouco e nenhuma entidade privada seria capaz de pagar o aluguel etc), ver Star Wars Episodio II. Apesar de ser dublado, de ter um som de merda, eu gostei. Eu nao consigo nao gostar, mermo sabendo que nao é lah essas coisas. As roupas da Amidala estao espetaculares! E o Jar-Jar Binks aparece pouco, quase nada. Mas o garoto que faz o Anakin adolescente é meio caixa-eletronico, meio sem expressao. Mas eu gostei do filme sim senhor.
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Sexta-feira (vejam que blog mais cronologicamente descoordenado…) à noite estava eu jantando e batendo papo na cozinha quando me cutuca a mae do Mirco, Arianna: Olha ali aquele brasileiro, coitadinho!
Era o Rubinho, que recebia o troféu Tapir d’Oro (espetacular!) que o programa Striscia la Notizia (algo do tipo ‘destrinchamos a noticia’) de vez em quando dah a alguém que faz um ato realmente idiota. A cara do Rubinho foi bem de anta mermo. Recebeu aquele troféu, que eu jah vi inclusive pra vender aqui em loja de quinquilharia, com aquela sua famosa cara de bunda. Heh! :)
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Na sexta-feira, no trem, terminei o Marcovaldo. Agora estou lendo uma porcaria que a Sabine me deu (ela distribuiu os livros pra galera pra nao ter que levar peso na mala). Chama Heartwood, de James Lee Burke, e se passa no Texas, e é cheio de metaforas idiotas, e um dos personagens é uma india cega de nascença, e o personagem principal se chama Billy Bob, e uma outra se chama Peggy Jean, e a unica desculpa que eu tenho pra estar lendo esta bosta é que livros lidos pela metade me dao nervoso e eu simplesmente TENHO que terminar de ler o que eu comecei.